Pés Azuis

Meus pés azuis celestes
que como sonho se elevaram
em ti, hera mágica, cipreste,
um mundo inteiro aprumaram

O fogo na noite se estendeu
e a Lua em mim tu consumaste
O tempo, inexorável, compreendeu
que o Sol, assim, me apagaste

O arco que a seta desprendeste
do alvo, impreciso, se perdeu
E o espelho — meus olhos — embaçaste

Mas o rumo certo que sei, existe
este é só meu e o peito arde
O brilho da vida, meu Deus, resiste!