Marcelo

Ih… e no sábado lá no jantar o Marcelo me pediu pra ver não sei o que lá no blog dele, só que ele esqueceu de mostrar e eu esqueci de perguntar. Sorry…

Ontem

Ontem… mas o que eu digo sobre ontem, meu deus? Digo que estava feliz? Estava, e muito. Estava confuso? Estava, um pouco. Fazia importância? Er… não, na realidade não, ainda não. Talvez não faça nunca, talvez não faça mais. Não sei dizer.

Ontem o jantar na casa da Zel, pra variar, foi maravilhoso. Mas foi mais, foi mágico. Foi sim. Foi lindo, foi leve, foi alegre, foi tudodebom. Foi especial.

Encantado

Eu queria muito que você lesse isso aqui, embora eu ache que isso não vai acontecer. E queria muito mais, você sabe. Queria resolver tudo, queria que fosse fácil, queria te pegar no colo, queria não sofrer. Queria não te ver sofrer. Mas não posso, você sabe disso. Posso te dar toda a minha força — e é muita —, posso conversar com você, posso te amar. Mas não posso matar a tua culpa, só você pode. Só você pode dar o passo, só você pode dar o salto, só você é que sabe. Só você tem a chave pra sua felicidade, seja ela qual for. Embora saibamos que podemos continuar empurrando com a barriga, também sabemos que não seria justo, nem comigo, nem com você. Então é claro que eu choro porque eu queria que fosse fácil. Mas não é. Eu preciso ser amado, mas sem esse fantasma. Eu quero te amar, mas você tem que deixar. Senão eu não consigo.

Todo o sentimento
(Cristóvão Bastos – Chico Buarque/1987)

Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo
Da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar
E urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo o sentimento
E bota no corpo uma outra vez

Prometo te querer
Até o amor cair
Doente
Doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei, como encantado
Ao lado teu

Foda

E hoje foi foda… difícil mesmo. Mas amanhã eu falo disso que eu tô um prego, fisicamente e emocionalmente.

Tenho muito é que agradecer ter falado pelo telefone com você, Carpe Diem. Eu precisava mesmo conversar, desanuviar e dorm… ZZZZZZZ… ;)

PS: Te ajudei de alguma forma, por falar nisso?

Salmão

Arre! A coisa aqui em casa hoje tá chique pra dedéu! Cardápio de mamã hoje: Filé de salmão com molho branco (com cebolinha francesa, salsinha, cebola, alho e alcaporras (LOL!) alcaparras), o bom e velho arroz branco e salada. Sobremesa: doce de banana com laranja. AAAAAAAH!!! Rola, gordo maldito! :) Deixar salmão no prato não é nem pecado, é sacrilégio!

Já o doce é guuuuula mesmo. *HAHAHAHHA*

Ricky Martin

E eu ouvi de novo que eu lembro o Ricky Martin, uma coisa de olho, sabe? Será que sou eu, afinal, que tenho que trocar de óculos? Ou de espelho? A pessoa fica sem graaaaaça que só. ;)

O problema vai ser a hora que eu começar a acreditar nisso. Pára, ô! Pára não… ;)

Cybernoivos

Eu ia fazer alarde com os cybernoivos aqui mas mudei de idéia. Não que isso faça alguma diferença, as cortinas já foram abertas. Mas… sei lá, não tô no pique de fazer essa fanfarrice. É tão bonito que me deu vontade de guardar. Não tenho esse poder, mas nada me impede de fazer o gesto.

Assalto x Carro

Você quase já foi assaltado na saída de um farol de noite em São Paulo? Já? Hmmm… e você já bateu o carro na seqüência? Não, né? Eu já. É deprimeeeeente… Fora o prejuízo, claro. Deprime mais ainda. Sai urucubaca!!!

Estraviz

Ah! Até que enfim Marcelo, o cybernoivo — desculpe, não resisti — resolveu voltar. :) Só que é o seguinte, três links pra mesma pessoa é demais. Vou atualizar aí do lado que cê tá parecendo Fernando Pessoa — tá, eu sei, não é a mesma coisa.

Don’t Worry, Be Happy!

Da série dedique uma canção a uma pessoa querida lá vai mais uma. Todo mundo assobiando comigo :)

Don’t Worry, Be Happy
(Bobby McFerrin)
Here’s a little song I wrote
You might want to sing it note for note
Don’t worry, be happy
In every life we have some trouble
When you worry you make it double
Don’t worry, be happy
Don’t worry, be happy now

Don’t worry
Be happy
Don’t worry, be happy

Ain’t got no place to lay your head
Somebody came and took your bed
Don’t worry, be happy
The landlord say your rent is late
He may have to litigate
Don’t worry, be happy
Look at me, I’m happy

Give you my phone number
When you worry, call me, I make you happy

Ain’t got no cash, ain’t got no style
Ain’t got no gal to make you smile
But don’t worry, be happy
‘Cause when you worry, your face will frown
And that will bring everyody down
So don’t worry, be happy
Don’t worry, be happy now

Now there, is this song I wrote
I hope you learned it note for note
Like good little children
Don’t worry, be happy
Listen to what I say
In your life expect some trouble
When you worry you make it double
Don’t worry, be happy, be happy now

Canteeeeei…

Como é que esse povo consegue levar tanto tempo pra operar um caixa eletrônico? Caixa eletrônico devia ter divisão por velocidade de acesso — usuários lerdos, trafeguem pela direita. :P

E agora eu vou estudar canto porque eu tô precisando. As aulas vão começar e eu preciso dar um tapa no repertório.

Banco

PUTZ! Preciso ir ao banco resolver pepinos. :-\ ODEIO bancos. :P

Balla e Carpe Diem

Ah! Hoje foi um dia muito legal. Conheci Balla e Carpe Diem num piquenique no Ibirapuera. Ô diliça! Eles são uns amores, adorei! Sabe quando você conhece pessoas com quem se sente imediatamente à vontade? Bons de papo, bons de garfo e bons de copo. ;) Fazia tempo que eu não enxugava umas cervejas. Um beijo pra vocês! *SMACKS*

Eu, que segundo Carpe Diem tenho espírito de atleta, cheguei mais cedo no parque e fui correr, fazer exercício. Eles, que segundo eles mesmos têm espírito de gordo (LOL!), chegaram só pra comer mesmo e ficar deitados à sombra. :) Foi bom, muito bom.

Socorro

Socorro… *sigh* é… enfim, que bosta, não era pra ser assim.

Ibirapuera

Depois dessa acho que vou dormir pra amanhã cedo — não muito — ir andar no Ibirapuera. Alguém quer ir? :)

Que maravilha!

Que maravilha de dia! Escrevi, lavei louça e a hora que eu resolvo sair pego uma bela chuva on the rocks — que por sinal foi o momento mais interessante do dia — que me forçou a pegar um táxi. Um cinema lotado e outro também, *duas* sessões que eu não consegui assistir numa mesma noite. E não vou dançar também. Blé! Que inferrrno. :-\ Dá próxima vez que eu estiver aqui sozinho e morrendo de tédio eu vou é pra cama. Não fiz nada e ainda gastei dinheiro. Que ódio!

Amor

E esse aqui eu escolhi pra você que não pode me ler, mas que eu sei que vai me ouvir. ;)

Amor, que o gesto humano n’alma escreve,
vivas faíscas me mostrou um dia,
donde um puro cristal se derretia
por entre vivas rosas e alva neve.

A vista, que em si mesma não se atreve,
por se certificar do que ali via,
foi convertida em fonte, que fazia
a dor ao sofrimento doce e leve.

Jura Amor que brandura de vontade
causa o primeiro efeito; o pensamento
endoudece, se cuida que é verdade.

Olhai como Amor gera num momento,
de lágrimas de honesta piedade
lágrimas de imortal contentamento.

(Camões)

Dançar

Eu quero sair pra dançar hoje e só voltar com o sol na cara! :) Alguém se habilita?

Chincha

LOL! Vocês não tão entendendo, a Meg me chamou na chincha agora!

*snap* Um tema, rápido! Senão vai ficar feio pro meu lado. *HAHAHAHAHAHAHA* Calma, vou escrever, vou escrever. Promessa realmente é dívida.

Bissexualismo

E me atendo mais à questão do homossexualismo, eu acho sinceramente que a solução melhor pra humanidade é o bissexualismo.

*escândalo* *horror* *repulsa* *medo* *paranóia* :PPP

Ué? É simples. Se todos fossem bissexuais você de cara já descartava um preconceito ridículo — já que ele tá demoraaando pra morrer —, garantia a perpetuação da espécie e maximizava as chances de todo mundo de arranjar um par, ou um trio, uma quadra, vai ao gosto do freguês. :) Assim parava com essa história besta de que homem não chora e menina tem que brincar com boneca. Conceito bobo.

Quem quer comer, come. Quem quer dar, dá. Quem quer comer e dar, dá e come. E por aí vai, amando, feliz e sem crise.

Felicidade

Eu tava lendo o Eu no meio do mundo, o post onde ele fala da condição homossexual versus família. Cacilda! Como família consegue ser hipócrita, não? No mínimo egoísta.

Quando eu decidi largar a Matemática Aplicada — ééé criança… — e me enfiar de cabeça na música eu vi de tudo na minha família. De um modo geral a aceitação foi boa. Aqui em casa sem problemas, minha vó maldisse o dia em que grudou chiclete na cruz mas há tempos que entendeu que isso não tem nada a ver com ela. A maioria aplaudiu, mas eu não sou besta, sei muito bem que algumas pessoas não tiveram foi culhões pra me questionar, tamanha era a minha certeza. Certeza de que ia ser difícil, mas de que eu tinha a vocação.

O que eu tô querendo dizer é que eu não me conformo com o modo como algumas pessoas — família em especial — impõem condições pra demonstrar carinho, apoio. Essa coisa de “Ah, você se desviou” (essa é horrível), “O que as pessoas vão dizer?”, ou no caso de pais que escolhem a profissão dos filhos, tem coisa mais arrogante?

O que leva uma pessoa a supor que talvez haja a possibilidade dela escolher como deve ser vivida a vida de *outra* pessoa? Descontados os casos de excesso de zelo — afinal, vivemos num mundo cruel, nhénhénhé —, não é o fim da picada? É muita desocupação. Tem gente demais fazendo coisa de menos nesse mundo.

Afinação

Um dos quesitos na avaliação das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo por acaso não seria a afinação dos puxadores de samba enredo? Não? Hmmm… ainda bem porque tá feio o negócio aqui na TV, viu? Tá de doer, credo! :P

Até que enfim!

Ah! Pronto! Ela já disse, agora é oficial. :) Zel e Marcelo vão se casar! EU TÔ TÃO FELIZ!!! Por ela, por ele, pelos dois, por tudo, pela estruturação do nirvana, pelo amor possível, pela vida, porquesim.

Mas vocês precisavam ver a minha cara ontem, pois eu fui o primeiro (*lalalalalalala*) a saber, ao vivo e à cores, notícia fresquinha, eu e os dois aqui na casa da Zel. Marcelo não queria que eu fosse embora antes que ela me desse a notícia. Isso levou por volta de uns… sete minutos, por aí, até ela desembuchar. LOL!

Eu tenho que concordar que não é fácil soltar uma dessas. Conheço a moça, é todo um mito que vai por terra. *HAHAHAHAHHAHAHAHAH* Ela vai me matar. LOL!

Olimpo repaginado

Agora assim! O Olimpo tá repaginado. :) E eu reitero: odeio HTML!

Ah… olha só. Até que ficar mexendo com esse HTML maldito serviu pra alguma coisa. Consegui arrumar umas coisinhas no meu template que não tavam funcionando direito, como esses posts justificados — fodiam com o tamanho da tabela. Aliás, o que eu queria mesmo era uma maneira de usar hifenização. Aquelas linhas com pouco texto e hiper espaçadas também são horríveis. Eu me lembro, da minha época de IME, que na rede UNIX a gente usava o latex (tex, tetex, nem sei!) que processava o arquivo texto e criava um arquivo para impressão, bonitinho, formatadinho, alinhadinho. Na realidade era um pé no saco porque o arquivo texto tinha que ter um monte de comando de formatação pro latex, mas enfim… o resultado final era muito melhor que esses MS-Words da vida. :P

Merengue

Esse é um post-merengue. *HAHAHAHAHAHAHA*
Declaro para os devidos fins que estou pas-sa-do. Não caibo dentro de mim de tanta alegria pela notícia que eu tive hoje — aliás duas, né? —, mas sua magnitude ainda não foi totalmente absorvida. E eu não posso dar a notícia aqui… ainda, porque ela não é minha. ;)

Nuvens

Eu tô nas nuvens… *lalalalalala* LOL! ^_^
É… ontem foi sexta.

PUTZ!

Vamos ver… por onde eu começo? Você já teve a sensação de, na tentativa de ajudar alguém, ser você quem mais saiu aprendendo? Pois é… conversamos muito ontem eu, Gábis e Zel (como vocês já devem ter lido no blog dela). E olhando pra mim descobri que tinha muita coisa aqui dentro que precisava ser acertada, ajustada, lapidada. Então veio aquela sensação de quem sou eu pra dar palpite?

Estranho. Sabidamente, eu sou o mais novo dos três e, como era de se esperar, o mais inexperiente em várias coisas — não é regra, mas um fato. Isso simplesmente não me incomoda. Mas acarreta muitas coisas, como a tranqüilidade de que em alguns momentos eu não ter nada a fazer exceto o privilégio de escutar. Claro que eu dou meus palpites, pergunto, opino, discordo. Mas é um mundo inteiro de informações que se movimenta dentro de mim. Uma miríade de certezas, dúvidas e conceitos que se abala, retorce a assenta. Então, por momentos, era como se o mundo ao redor perdesse o foco e eu, em transe cmo meus pensamentos, ficava admirado com a calma e destreza com que o Gábis conduzia a conversa, o dinamismo com que a Zel inundava o ambiente. Subitamente alguma opnião surgia na minha cabeça e eu prontamente a jogava na mesa, só pra me perder em seguida.

No fim da noite, naqueles minutos quando a cabeça afunda no travesseiro, eu me senti meio que iluminado. Como quem acaba de sair de uma aula onde todo um universo parece fazer sentido, eu me vi cercado de irmãos mais velhos — pois é exatamente isso que os dois são.

Vida, minha vida

Vida, minha vida ($$$)
Olha o que é que eu fiz…

Meu… isso tem que mudar urgentemente. Ai, saco! Vai mudar! Eu só não sei como ainda.

Pétalas de rosas

O vento me trouxe hoje pétalas de rosa :) ao som do Mostly Music que, aliás, eu já conhecia mas não visitava há algum tempinho. Obrigado. ;)

O que me faz lembrar que eu preciso criar vergonha na cara e voltar a escrever no Music..Musica que está às traças. Alguém tem algum tópico a sugerir? Me manda!

Secretário

E tô aqui secretariando a Zel. É sério, ué?! Ela começou a trabalhar, eu tô de bobeira, tô dando uma força aqui. Assim o tempo também passa. Só que eu ainda não achei um tailleurzinho aqui que me caia bem. Inferrrno! *HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA*

Troca

*Sigh* Se eu pudesse eu trocava de lugar contigo, sem nem pensar. Em dois tempos você ia ver como a casa vinha abaixo. ;) Mas é claro que eu não posso e é isso que fode. Faço o que posso então que é torcer, rezar, ligar, conversar. Cuidar, enfim. Mas é difícil ficar na minha, viu? É zen demais pra mim.

Sorvete

Bem… a luz, a iluminação, a paz interior ainda não deu. Mas um sorvete de chocolate já ajuda. :)

Contrabando

Acho que eu vou armar um contrabando de carne louca aqui de casa pra casa do Gábis hoje. :) Quero ficar morgando aqui em casa não. Cade Zel? Acho que hibernou. :P

Pizza

Pô! Eu tava doidinho pra sacudir o esqueleto hoje — queimar toda essa pizza que eu comi :) — mas rolou um desencontro animal. Não consegui falar com a Zel, não consegui falar com o Gábis, mas saí mesmo assim. Dei de cara com uma fila monstruosa. :-\ Sozinho, com fila, não dá! Fica pra próxima. :)

Medo

*Sigh* Mas eu tenho medo. Medo de não poder fazer nada.

Dia perfeito

Hoje era pra ser um dia perfeito… Há! Isso me dá vontade de rir! Perfeição é uma meta, mas nunca é alcançada. Como músico eu sei disso melhor do que ninguém. O que eu não esperava era acabar meu dia irritado, e com o mundo, com tudo, o que é pior.

Não vou. Ponto. O dia foi ótimo, teve muitas coisas boas e são essas boas recordações que eu vou guardar pro próximo mês, e pro próximo, e pro próximo… porque eu amo e é isso que importa. O que importa é que eu te amo. O resto que morra da forma como preferir. I don’t care.

Pra mim

E dessa vez é pra mim. Na realidade é pra você que devia cuidar mais da sua vida. :P Detesto gente intriguenta.

Reconvexo
(Caetano Veloso)

Eu sou a chuva que lança a areia no Saara
Sobre os automóveis de Roma
Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara
�?gua e folha da Amazônia
Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra
Você não me pega, você nem chega a me ver
Meu som te cega, careta, quem é você?

Que não sentiu o suingue de Henri Salvador
Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô
E que não riu com a risada de Andy Warhol
Que não, que não, e nem disse que não

Eu sou o preto norte-americano forte
com um brinco de ouro na orelha
Eu sou a flor da primeira música,
A mais velha e mas nova espada e seu corte
Eu sou o cheiro dos livros desesperados, sou Gita Gogoya
Seu olho me olha, mas não me pode alcançar
Não tenho escolha, careta, vou descartar

Quem não rezou a novena de Dona Canô
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
Quem não amou a elegância sutil de Bobô
Quem não é recôncavo e nem pode ser reconvexo

Foda-se!

E eu fiquei com inveja da Zel e vou publicar aqui também porque o texto é genial e eu tô podendo. Quero mais é que o mundo exploda!

O DIREITO AO FODA-SE (Pedro Ivo)

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzam com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o Povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a “vulgarização” do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole.

“Pra caralho”, por exemplo. Qual expressão traduz idéia de maior quantidade do que “Pra caralho”? “Pra caralho” tende ao infinito, é quase uma expressão matemática, física. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto dela pra caralho, entende?

No gênero do “Pra caralho”, mas no caso expressando a mais absoluta negação está o famoso e crescentemente utilizado “Nem fodendo!”. Que nem o “Não, não e não!” e nem tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade “Não, absolutamente não!” substituem. O “Nem fodendo” é irretorquível, liquida o assunto. Te libera, com a consciência e o ego tranqüilos, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo “Huguinho, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!”. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o novo CD do Lupicínio.

Por sua vez, o “porra nenhuma!” atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um “é PhD porra nenhuma!”, ou “ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!”. O “porra nenhuma”, como vocês vêem, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos “aspone”, “chepone”, “repone” e, mais recentemente, o “prepone” – presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um “Puta-que-pariu!”, ou seu correlato “Puta-que-o-pariu!”, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba…Diante de uma notícia irritante qualquer um puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso “vai tomar no cu!”? E sua maravilhosa e reforçadora derivação “vai tomar no olho do seu cu!”. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: “Chega! Quer saber mesmo de uma coisa? Vai tomar no olho do seu cu!”. Pronto,você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

Seria tremendamente injusto, em que pesem ainda inexplicáveis e preconceituosas resistências à sua palavra-raiz, não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do PV (Português Vulgar): ” Embucetou!”. E sua derivação mais avassaladora ainda: “Embucetou de vez!”. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como o comentário de um vizinho para sua esposa ao sacar que no auge da violenta briga do casal da residência ao lado, chegam de súbito a amante, o filho espúrio e o cunhado bêbado com o resultado do exame de DNA: “Fecha a porta que embucetou de vez!”.

O nivel de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de “foda-se!” que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do”foda-se!”? O “foda-se!” aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.”. Não quer sair comigo? Então foda-se!”. “Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!”. O direito ao “foda-se!” deveria estar assegurado na constituição brasileira. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.

Determinação

Vai precisar mais do que um tapete. Vai precisar mais do que um muro. Vai precisar muito, mas MUITO mais do que Maomé e suas montanhas pra me derrubar, tá me entendendo?! Neeext!!!

Tapete

De vez em quando a vida resolve puxar o tapete da gente, sabe-se lá deus por qual razão. E já que estamos no chão mesmo, levantamos, sacudimos a poeira e damos a volta por cima. Mas o que a gente faz quando a maledeta deixa só aquela dobra na porra do tapete e a gente não cai, mas torce o pé? E pra andar, como é que faz? E pra sorrir?

Vamos em frente, certo? Sempre en frent, né Gábis? Aaah, mas me dá uma vontade de socar queimar aquele tapete…