O Ministério da Saúde adverte

Corinthianos fazem mal à saúde — bem verdade que podiam ser flamenguistas, são-paulinos, palmeirenses, etc., bastava terem ganhado o campeonato. Taí uma coisa que eu não vou entender nunca: a estupidez potencial que se instaura quando torcedores se reúnem. Nada, nem o carnaval consegue gerar tanta barbárie.

Agora, triste mesmo é ver fulano andando de bunda de fora na rua porque nem levantar as calças depois da mijada ele conseguiu direito. Comovente. Dizem que cu de bêbado não tem dono, mas precisava anunciar? Depois não reclama!

Tempo

“É tarde! É tarde!
É tarde até que arde!
Ai, ai, meu Deus!
Alô! Adeus!
É tarde! É tarde! É tarde!…”

Céu de domingo

Eu não sabia. A vista lá de cima do prédio do Banespa, principalmente com o céu de São Paulo “lavado”, é realmente de tirar o fôlego. Mas tudo bem porque venta tanto que é impossível ficar sem ar. Agora, eu queria subir só mais um pouquinho, ali mais perto do mastro. E (doido) queria admirar a cidade num dia de tempestade também, mas suspeito que não seja muito recomendável. De onde será que vem esse meu desejo (que não é mórbido) por limites, picos, precipícios e profundezas? Desejo de voar? De mergulhar? De explorar? Eu sempre tenho vontade de olhar o mundo ali da bordinha, ver o que tem ali no fundo, onde vai dar aquela trilha…

Descobri o que eu já sabia: muita coisa no centro é perto uma da outra. Porque eu basicamente conheço o centro de metrô e com aquele monte de prédio tapando a visão na rua os meus caminhos nem sempre são os mais eficientes. Aliás, é isso que me agonia, a falta de céu. Como é possivel migrar sem céu, sem mar?

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A mostra de arte erótica do CCBB não é tão erótica assim, não? Ou a minha libido é mais convencional do que eu pensava. De qualquer forma, eu não me excitaria com aqueles azulejos de banheiro. Azulejos… Banheiro… Acho que o artista — cujo nome eu não lembro, é óbvio — tava era se ocupando com outro pincel, isso sim!

Mas dentro de uma mostra de arte erótica, dar de cara com um “Rolla” é o máximo!

Contudo, eu preferi a exposição do Henfil. Os meus preferidos ainda são a Graúna e o sádico do Fradim. Será que os adolescentes de hoje vão saber absorver aquele humor, que não é tanto assim nem da minha geração? Pronto, já tô eu dizendo “isso não é da sua época”. É engraçado se sentir jovem e velho ao mesmo tempo.

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Já é segunda? Eu olho pela janela e tá com uma cara de domingo! Mas daí olho do meu lado e vejo que é segunda mesmo. Fazer o quê? Só mais um pouquinho, vai?

Quase bipolar

Lindo o domingo que fez hoje, não? Coisa boa…
Não, eu não ganhei na mega-sena, não adianta nem pedir.

Humpf!

Tu quer saber?
Tu quer mesmo saber?!
Melhor não. Daqui a pouco, quem sabe?

Cair da cama às 7h do sábado não contribui em nada pro humor da pessoa.
Dormir com os pensamentos/sentimentos contrariados/embaralhados também não.

Fora de área

Hoje eu senti tua falta. Mas não foi qualquer falta. Não foi da tua mão acariciando a minha, foi ainda mais sutil. Não foi daquela piscadela que você dá, com um leve aceno de cabeça quando eu não canso de te olhar no fundo dos olhos. Não foi de você deitado no meu colo, tampouco de mim, deitado no teu, nem dos pequenos beijos soprados. Foi daquela olhadela com olho pequeno, de lado, meio pra trás, de quando você percebe que eu te observo e tento escutar teus pensamentos, e daí me olha assim, como que pra me provocar e me dando vontade de te morder.

Eu escuto a tua voz no telefone e espero que você fale comigo. Abre essa janela.

Bicharia

Deu na TV. Mulher que abandonou 35 gatos num parque dos EUA foi condenada a passar uma noite ao relento no parque — num frio de 7 graus abaixo de zero —, mais 14 dias na prisão. Os gatos foram recolhidos, sendo que alguns deles apresentavam um quadro de infecção respiratória, devido à baixa temperatura.

Ai, que eu achei lindo! Mas é pouco. Pelo visto abandonar animais lá, nos parques pelo menos, é contravenção. Bem que essa moda do olho por olho, dente por dente podia pegar. Eu ia adorar ver gente tendo que tomar veneno por aí. Ah, se não ia!

Silenzio

E o que acontece se eu também me calo?
Se eu não falo, como é que a gente fica?
Apenas essa tristeza muda no ar? Ou sou eu?

Assim eu não te entendo. Cadê você?
Eu também tenho medo, você não vê?

+

Às vezes eu vejo fumaça e são fantamas.
Às vezes eu vejo fantasmas, mas são fumaça.
E há as nuvens que eu sopro.

Gato escaldado

Eu devia aprender de uma vez por todas que quando eu tô com a rinite bem atacada o melhor que eu faço é não botar o nariz pra fora de casa. E não pelos espirros, não, é pelo humor que fica de dar um misto de dó com ódio. Credo!

Mas é bom que algumas questões vêm à tona — efeito maré baixa, como ela diz. Definitivamente, eu não quero ver juntar pneu velho nas minhas (nossas) águas.

A gente aprende com o passado a suspeitar de águas calmas demais, infelizmente.

Bonança?

Som! Som! Sssssom! Tudo funcionando agora? Ufa…
Vou te contar, o inferno deve ser um eterno embate com um serviço de suporte.

Weirdo, weirdo freak!

Quer dizer que eu posso escrever posts normalmente, os comentários entram as usual, mas não importa o que eu faça com a página de links — incluindo apagá-la por completo dos templates —, ela não muda, não arreda pé, e há um ÚNICO caracter acentuado mal codificado em toda a página (de links)? Isso não é mais problema de DNS, banco de dados, php, roteamento. Tá mais pra poltergeist!

Eu vou pra luz. Essa migração de servidores tá bizarra demais até pra mim. Se vocês notarem qualquer comportamente estranho aqui, na Zel ou no Gábis, me avisem. Enquanto isso, eu vou brigando com o suporte que tá com viadagem por conta dos meus scripts de backup — eu vou mostrar o “security hole”, seus porras!

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E essa rinite que não me larga mais, inferno!

Virada à paulistana

Eu descobri que não sou muito fã de super mostras de cinema, artes, espetáculos. Veja, o problema não são nem o cinema, as artes ou os espetáculos, o problema não são os eventos culturais, muito pelo contrário, mas as super mostras. É que essa história de ter que virar a madrugada correndo atrás de espetáculo, sem saber pra onde vai, de onde vem e — argh! — que fila pegar me soa mais como queima de estoque em loja de departamentos. E daí eu morro de preguiça e desisto. Não gosto da cultura com essa cara. Não dá pra parcelar? De que adianta 24h com 3000 artistas? Pega isso, amplia, distribui e deixa um mês acontecendo, aí eu acredito.

Eu vou se matar

Não, não e não! Olha que eu já tô acostumado às bizarrices do Orkut, mas agora doeu. Ser adicionado por alguém que carrega a alcunha de “AMO GORDINHOS” foi demais pra minha pobre e fofa pessoa. Vou ali costurar a minha boca e já volto.

Nem tão Chico assim

Faz um ano. Lembra? E de tanto te conhecer não sei mais se te reconheço.
Isso me incomoda. Aliás, toda a vez, sempre me incomodou esse desconhecimento.

Folhetim

Revirando seu sótão ele teve a idéia de ir aos jornais:
“Vendem-se amores usados. Excelente estado de conservação. Motivo: mudança”.

Guardou as lembranças com amor, como era devido, como era de praxe.
E foi tomar sorvete — fazia calor demais e qualquer amargura não caía bem.

Recuerdos de Ypacarai

A praia estava ótima. Falei como gosto, conversei o quanto quis, andei, entrei no mar e fui feliz. Mas ninguém vai acreditar no sol, pois graças ao Sundown 30 eu passei do bege clarinho para o bege, e só. Já ele, o caiçara, o local, o acostumado, tá um boto cor-de-rosa-quase-roxo. E fez pouco das minhas recomendações — eu não sei, afinal, por que diacho eu me preocupo. A sorte dele (ou de seus ombros ardidos) é que o ambiente não era propício aos meus arroubos de bandido.

E aqui entramos em outro capítulo. Mais precisamente, a minha cobrança pelos beijos. É que eu sou assim mesmo, gosto de beijar, de pegar, de abraçar, de fazer carinho. Respeito o espaço alheio, mas não espere que eu mude porque já não tem nada a ver com ansiedade: é vontade, gosto, sentimento, desejo, tesão. E tudo acumulado. Então aviso logo, que conste dos autos. Vem cá, vem? Demora não.

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Rinite de novo? Que é, nariz, é protesto? Queria ficar na praia também?

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Mais um casamento amanhã. O bolso agradece. Eu só não sei o que leva alguém a escolher Love Of My Life como música pra entrada do noivo. Tá, a música é linda, mas começa com “Amor da minha vida / Você me magoou / Você quebrou meu coração / E agora você me deixa…”. Boa maneira de começar uma vida a dois, né?

Das coisas que a gente (não) vê e das que eu preferia não ter visto

O beijo no último capítulo da novela, por exemplo, eu não vi. Mas já me disseram que ninguém mais viu também, então, tudo bem. Tirando um punhado de gente “engajada”, a maioria tava mesmo é querendo beijar o bonitinho por transferência — até eu que sou mais besta!

Eu sei que sou desencanado, ando de mão dada, beijo no meio da rua e quero mais é que o mundo se foda e me deixe (foder) em paz, mas eu queria saber que diabos de “opinião pública” é essa que as pessoas têm tanto pudor em chocar. A essa altura, parece que nunca viram viado na vida! Alguém acorda esse povo?

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Eu fico meio assim de falar mal, já que a gente ganhou os ingressos, tava à toa, fim de domingo, coisa e tal. Mas valei-me deus, que peça ruim! Como é que alguém deixa uma drag queen de língua presa fazer — muita licença poética aqui — teatro? Aliás, como é que alguém deixa qualquer pessoa de língua presa fazer teatro? Não fosse o gênero em voga e não faziam nem papel de samambaia, o elenco todo.

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O tempo. Menino, passou, você viu? Voando.
Mas o fim de semana teve gosto de bolo de laranja com Nutella, em resumo.

É no frigir dos ovos

Eu podia dizer muita coisa, mas a vontade é mesmo de cozinhar em banho-maria. É que é tanto de tudo, de trabalho, de correria, de angústia, de alegria, de ansiedade, de medo, de vontade, de dor, de saudade, de tempo, que eu sinto falta de sentir os dedos dos meus pés agarrando o barro do chão. Acho que isso é vontade de vida em sua essência. Então não escrevo, não falo: faço. Nunca quis que medissem minha intensidade por aqui — acho patético, inclusive, quem gosta de bradar aos ventos “eu sou intenso” e usa isso como desculpa pra sua falta de profundidade ou comprometimento; intenso é o caralho, eu sou imenso, eu sou perene. E você só vai conseguir medir minha voltagem se enxergar os poros da minha pele. Você só vai me ter se segurar a mão que eu estendo, nunca alheio, nunca longe de mim.

Nem amostra grátis

Sabe quantos filmes da mostra eu vi até agora? Nenhum. Nadica de nada. Com os meus horários completamente surtados, cantando e ensaiando aos domingos e feriados, eu tô querendo ver o cão dançando tango na minha frente, mas não quero enfrentar aquelas filas do inferno. E olha que eu gosto de cinema! Mas nem assim.

Pra ser bem sincero eu tava mais é querendo passar um dia inteirinho de frio embaixo do edredom, a dois. Mas, arre, tá tão difícil que o negócio é trabalhar mesmo. (Neste meu meio feriado eu quero você aqui, entendeu? E mais ninguém.)

São as águas, mas nem é março

Só eu mesmo pra aceitar cantar num casamento em São Caetano de Deus me Livre em plena sexta-feira embaixo de chuva. Puro engarrafamento. Quer dizer, eu e o cheque do pagamento que eu não sou besta. Fui lá, cantei minha Ave Maria e voltei. Algo mais de três horas pra cantar uma música que não deve ter nem três minutos.

Tô vendendo a minha alma, mas é pro céu!

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Por que em São Caetando não tem placas? Eles sabem os nomes das ruas de cor?

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Acendi uma vela pra São Judas Tadeu. Agora vai ou vai que eu não quero rachar!

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“Seu sorriso singelo será sua salvaguarda garantida”, diz a sorte.
Sei. Meu “sorriso singelo” só me arranja encrenca, Orkut, se liga! :P

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Eu adoro quando me mandam convite pra participar da comunidade em homenagem ao menino que morreu há dois anos e que era irmão de uma outra que eu nem conheço — nem a outra, nem o irmão. Quando o moleque morreu nem tinha Orkut, ó, capita! Deixa ele descansar em paz e me esquece!

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Clau, lindona da minha vida, pela hóstia consagrada, por Baco, pela unha encravada do Beato Salu, escreve alguma coisa! Tu e o Gábis tão competindo, é?

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Este vai ser, basicamente, um fim de semana de trabalho. E sem beijo na boca. Então, vamos mudar de assunto? Vocês vão lá no concerto, certo?

Claudete Thunder

É o Katrina em New Orleans, o Wilma em Cancun e Miami… Sabe, eu acho que os furacões tinham que ter nomes de drag queens. Tudo bem que uma mulher faz um estrago, mas um estrago daqueles, meu bem, precisa é de muita plataforma!

Nascente

E de repente
era tarde e meus olhos
se encheram d’água
como nascente
sem saber porquê.

Crucifixus

Ainda que seja noite
O sol existe
Por cima de paus e pedras
Nuvens e tempestades
Cobras e lagartos
O sol existe

Ainda que tranquem o nosso quarto
E apaguem a luz
O sol existe
(Maiakovski)

O medo e a dor. Nunca se sai ileso a ambos, não é mesmo? Eu vejo.
Mas eu ainda prefiro a dor ao medo. Prefiro a certeza à dúvida.

Bangue-bangue

E o resultado desse referendo de necessidade e execução duvidosas — que não ia salvar o mundo, a pátria ou trazer a paz na terra aos homens de boa vontade, mas enfim — me faz pensar em que diabo de conceito de “cidadão de bem” é esse corrente por aí. Cada um escolhe a ótica que mais lhe apraz na hora de pesar os argumentos — ortogonais, a meu ver —, mas acho que era, antes de mais nada, uma questão de princípios. O que piora ainda um bocadinho o quadro, né não?

Como acreditar em pessoas que acham que a melhor forma de defesa é o ataque? Gente que acha que a melhor prevenção é a bala? Aliás, quantas pessoas você conhece que reagem imediatamente de forma agressiva quando se acham — não necessariamente foram — atacadas? Pois então, dá uma arma de fogo pra elas!

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E por falar em defesa, já parou pra pensar se aquilo do que você se defende é real?
É que armadura foi algo muito em voga na Idade Média, mas hoje é meio demodê.

Justiça Divina — a vingança pelas mãos de um deus qualquer

Vão até me dizer que eu tenho que perdoar, que quem faz vai receber de volta, etc. Mas já que hoje é dia de referendo, se pudesse eu votaria pra que pessoas que cometem atrocidades como esta — coisa que eu já sofri quando envenenaram a minha princesa — deveriam, na hora certa de sua morte, sofrer muito, muito, muito e bem lentamente. Não seria nada mais que o merecido, na minha opinião. E de preferência com alguma insipiração divina a sussurar em seus ouvidos: “Foi bom dar veneno pro gatinho, não foi? Tá gostando agora?”

Acho que me sentiria vingado. Não é um desejo muito nobre, mas quer saber? Foda-se. Não quero que morram. Quero que sofram a dor que causam. Cada gota.

Ó, cruz!

Daí meu pai vem, recebe um e-mail sobre uma assinatura da Veja que ele não fez, avisando de uma cobrança bancária que ele não autorizou, com um link que definitivamente não é da Editora Abril, e faz o quê? Clica, é óbvio! Não contente em fazer download do arquivo DUAS VEZES ele abre o arquivo executável — arquivos “.exe” são arquivos executáveis desde que o DOS foi inventado — porque ele precisava conferir se aquilo era da Veja mesmo, afinal, eles iam cobrar da conta dele! E quando eu tenho um piti daqueles, o leonino fica todo ofendido! É, de novo.

Eu piquei salsinha na tábua dos dez mandamentos e não lembro, só pode ser.

Voa, condor!

Contei que a linda-irmã ia passar uns dias na Colômbia? Pois foi, hoje. Foram tocar seus tambores lá em Bogotá — ela me mata se me ouvir chamando o djembê de tambor —, as meninas do Ilu Obá. Vai longe, a minha pequena. Baita orgulho.

“Eu vi… pois é, eu reparei”

Incrível e angustiante. Algumas coisas parecem não perder o poder sobre a gente. Sinto que tenho dois tempos: um que em mim se arrasta; outro que a mim arrasta. E sigo em dois andamentos. Por que os caminhos parecem sempre os mais difíceis?

Ainda assim há o que não muda, minha disposição de ser e estar. Permanência. Minha maior força é também uma grande e aquileana fraqueza, com dor e silêncio.

Olá, como vai?

Isso aqui é meu, né?
Pois é, tinha até esquecido.
Você vem sempre aqui?

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O bom de encontrar a colega de academia no supermercado é a cara de cumplicidade na fila da padaria — porque a gente sofre, mas até que se diverte.

Sal grosso

Foram dias de mau humor. Irascível. Sorte de quem não tava por perto do meu azar. Mas haja cristandade pra dar conta do atraso, do ônibus que te deixa plantado no ponto — parece que sabe, o desgraçado! —, da grana que não entra de uma vez, da carência, do telefonema que não foi, do copo que quebra, do tombo, da partitura que some, da Amazon.com que te fode justo quando você resolve comprar aquele brinquedo de gente grande. Nem sei mais, passou. Cansei. Quero flores.

Se um dia eu tiver um saco de pancadas, ah, mas vai se chamar Murphy, ô se vai!

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Pedrão, um pouquinho menos aí no termostato.
E dá uma regada nas plantas, faz favor.

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Hm. Praia e cerveja. Hm. Brisa. Hm. Carinho. Hm. Eu tô salivando, Pavlov.

Zé Serrote

Primeiro o digníssimo senhor prefeito me fecha a casa de apoio a doentes sem chances de cura, considerada modelo na área pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos, às véspera do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos. (Acabei de ler, no entanto, que a gestão do prefeito recuou e decidiu manter a casa. Estava eu me perguntando se ele não ia pelo menos esperar as pessoas morrerem primeiro!)

Depois leio o que na realidade já sabia, que a prefeitura resolveu — entenda: decidiu que sim, sem nenhuma consulta à população ou às pessoas envolvidas, ignorando abaixo-assinados, inclusive — fechar o Tendal da Lapa, um espaço destinado a ensaios e apresentações gratuitas de grupos de teatro, música e circo há 16 anos pra, no local, instalar uma unidade do Poupatempo. Como se na Lapa, aquele bairro pequenininho, não houvesse nenhum outro lugar pra isso e a cidade não carecesse de suporte cultural como o do Tendal.

E agora eu descubro que aquela anta resolveu espremer as quatro faixas da 23 de Maio em cinco! As faixas, que antes tinham 3,5m de largura terão cerca de 2,65m, do Detran até o viaduto Pedroso. Brilhante! Ele realmente acha que com isso, além de dar mais vazão ao trânsito, os motoqueiros não vão mais trafegar em alta velocidade entre os carros, diminuindo os acidentes graves — vulgo patês de motoboy —, e ignora a quantidade de retrovisores que serão, claro, arrancados, os pequenos acidentes entre carros porque o motorista médio se apavora quando vê um veículo muito próximo ao seu, o gargalo logo adiante, com a volta das quatro faixas, pertinho da saída pra Radial Leste, enfim, a bagunça que acontece quando se coloca muita gente trafegando rápido num local muito apertado. Ele não dirige?

Eu achava que ele era só arrogante — não era disso que era acusada a sua antecessora? — e autoritário, mas não, é um cretino descuidado mesmo. Serrote.

Break

Folga hoje, inesperadamente. Deus existe.
Vou me preocupar então com a nobre realização de um bolo de chocolate — é o máximo de preocupação que eu estou disposto a ter, pra ser sincero. Quero aquela paz, com cobertura por cima, um copo de leite, musiquinha e aconchego. Ai, ai.

Dia estranho

Já teve a impressão de que o mundo faz silêncio com você? Assim, quando parece que você vai sozinho e anda e passa, e o vento parece que não balança as folhas, e os pássaros parece que não cantam tanto assim. Parece que estão todos te olhando com aquele jeito de olhar de pássaro, mudo, com olhos atentos, cabeça de lado, meio inclinada, tentando ver o que você está tentando ver, mas você não está vendo nada. Você está apenas olhando pra dentro, cansado de olhar pra fora, talvez, você está apenas olhando. Você está cansado e nem sabe. E quando você lenvanta os olhos pro dia, pro sol, pro céu, pras folhas, pros pásaros, o dia inteiro parece te perguntar com olhos assustados, porque você levantou os seus, uma levantada de sobrancelha, um suspiro: E então? Mas você não sabe nada. Você não sabe nem o que estava olhando. Você queria ter as respostas, mas nem mesmo fez as perguntas. É como virar do avesso um par de bolsos vazios. Isso te assusta?

E você toma outro banho. Você gosta de tomar banho. Você gosta de sentir a água escorrendo pelo seu corpo como mil mãos carinhosas e quentinhas e se sente bem com isso. Você almoça uma bandeja inteira de iogurte, diet — o feijão estava com muita cara de feijão, afinal. Você veste o seu terno e se prepara pra duas horas de concerto lá onde Judas perdeu o juízo. Você é pago pra isso. Mas o que você queria mesmo era dormir o resto do dia, não fazer nada, longe de qualquer coisa que te trouxesse à realidade. Porque hoje você simplesmente não a reconhece.

Doce lembrança

A irmã me apareceu hoje com um pacote de pão de mel da Panco — antiga Seven Boys, lembra? A gente roubava e matava por esse troço quando era criança.

Horas e horas de academia praticamente perdidas. Bandida.

Who cares?

Eu queria tanto acreditar no descaso, no desapego, nessa capacidade que muita gente mostra (ou inventa) de simplesmente não dar bola, deixar pra lá, esquecer, descomprometer-se. O problema é que eu tenho o péssimo hábito de acreditar em você, mesmo quando nem você acredita, mesmo quando desacredito. Isso é algo que você talvez nunca entenda. O que se há de fazer? Pergunto. Mas não respondo.

Bula

Porque me irrita um pouco, sim — no hard feelings —, então não custa explicar mais uma vez. Por exemplo, comentários. Já notaram que cada post (por mais imbecil que possa ser) tem um link prório, só seu, pessoal e intransferível para comentários? Pois é. Geralmente, eu espero que comentários àquele post sejam deixados através daquele link. E não sem porquê: nem eu, nem ninguém tem que ficar procurando ou adivinhando sobre o que aquilo se refere, e vamos combinar que comentários podem ser bem surreais. Mas não sei por que pitombas as pessoas às vezes querem deixar seus comentários sempre no último post — eu recebo todos por email, by the way. Parece um medo de que ninguém veja, sei lá! Sabe aquela pessoa que tem que falar por cima de todo mundo? Acho que vou começar a apagar comentários assim, então prestem atenção e depois não digam que eu não avisei. E, por favor, sem dramas, isso é um blog, não vai mudar a vida de ninguém.

E e-mail? Você escreve e a pessoa responde quando dá na telha (até aí, tudo bem), mas apaga da resposta o que você escreveu e escreve de forma vaga ou lacônica. Daí, toca procurar o e-mail e ligar os pontos porque a essa altura eu não lembro mais do que eu tava falando. Ou melhor, eu lembro, mas geralmente eu falo um monte de coisa, só que de forma ordenada. E quando recebo uma resposta desligada do contexto me perco, claro. Por que não facilitar a comunicação, hein?

Causo

E por falar em culinária, lembrei de uma história. Eu acho que é de uma amiga da minha mãe, quase uma tia, no entanto posso muito bem estar me apropriando da história de outrem.

Mas a história. Alguém perguntou pra fulana por que ela cortava a cabeça e o rabo de um tal peixe lá pra assá-lo:
— Não sei, disse ela. — Aprendi com a minha mãe, ela sempre fez assim.
Nisso, como era uma festa, resolveram perguntar pra mãe:
— Olha, não tenho certeza mais. Acho que sempre fiz assim. Lembro, insclusive, que tua vó fazia assim também! — disse a véia.
Aproveitaram que a véia-vó tava viva e bem das pernas e perguntaram pra ela também por que cargas d’água aquele peixe era assado cortando a cabeça e o rabo. A resposta não foi outra:
— Bom, vocês eu não sei, mas eu cortava a cabeça e o rabo porque senão ele não cabia na assadeira que eu tinha!

Moral da história: Se você não tem cabeça, cuidado com o teu rabo!

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Pergunta: Como transformar um light e saudável macarrão integral com atum e ervas finas em uma refeição gorda? Resposta: Azeite, meu caro. Lóoooozico

Aliás, pergunta de opinião. Você “lava” o macarrão depois de cozido? Por quê? Eu já ouvi gente dizer que é pra interromper o cozimento. Mas daí a massa fica fria, diacho! Outros disseram que é pra não grudar. Ledo engano, se não colocar um pouco de molho, azeite, manteiga, sei lá, vai grudar tudo num tolete só quando secar, pode apostar. Um namorado meu teve um argumento mais convincente, embora eu mesmo não tenha certeza se faz muita diferença: principalmente com macarrão integral, ele acha que fica um certo resíduo na massa e prefere lavá-la; questão de gosto, na minha opinião. Mas diz aí, o que tu faz? E por quê?

Preguiça-gigante

Sim, vivo, operante e felizinho, arrisco dizer. Mas com uma preguiça monstra de juntar lé com cré. E a preguiça, a gigante, é um bicho pré-histórico, vocês sabem, então é melhor não mexer muito com ela. Vai que ela chama seus amiguinhos mamute e dente-de-sabre! Eu tô com uma preguiça de correr…

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Brotoejas. Se eu não comprar minha digital até mês que vem tenho um troço!

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Eu não vou nem comentar a matéria da Veja sobre o desarmamento. Disgusting.

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Agora minhas manhãs de sábado são minhas novamente. :D Pedi as contas no trabalho-mala! Tudo muito simples, muito fácil e civilizadamente, como convém a pessoas bem formadas — aquelas que sabem do que estão falando, entende? —, educadas e profissionais. Ao contrário de pessoas que gostam de fazer fuxico, falar mal de outrem e ir às suas aulas mesmo assim; espero que tenham aprendido alguma coisa, pelo menos. E eu não vou fazer a caveira do projeto — mesmo porque não é o caso, não mesmo — que é pra deixar uns e outros contrariados.

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Preciso desesperadamente de praia. Vários concertos. Falta muito pra novembro?

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Deu. Vou lá dormir no quentinho. O último que sair apaga a luz, faz favor.

Para dias frios e corações quentes

Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera
(Primavera nos dentes, Secos & Molhados)

Pedrão, tu tá bem doido, não? Sentou no termostato? Que tempo é esse?
Pois eu sei, não adianda, eu sei que atrás de tanto cinza meu sol brilha mais forte.

Sim, eu continuo acreditando, teimosamente. Um inverno ainda é pouco pra mim.

Tem, mas acabou

— Moço, tem carinho pra dar?
— Hoje não, volta amanhã.

E eu só queria não me sentir contrariado — mas eu me sinto, não nego. Porque eu sei que afogo, mas o que eu faço com esse mar dentro de mim? Eu me fiz onda e senti teu barco se afastar. (Isto aqui se chama ansiedade, e exagero; tenho disso.)

Amor quase crônico — dedicatória

“Pro Gui,
(de quem eu sou fã,
diga-se de passagem)

com beijocas, com admi-
ração, com carinho e
com tietagem

:)
Fal
set/05”

Comprei o livro e ganhei uma fã?
Ora, e eu nem sabia que tava em promoção!

Agora tenho Drops na mochila — doçura alheia pra algumas daquelas horas.

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Fora uma meia-dúzia de dois ou três, mais as pessoinhas que conheço de outras bandas, sempre me espanta descobrir que alguém me lê de fato, e gosta. É bom.