E agora, José?

“Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração…”

O coração vai bem, obrigado. Saúde, auto-estima, a cútis tá que tá uma beleza! Mas eu quero ver quanto tempo tudo isso agüenta o bolso que padece de mal crônico. T�? FODA! Não tô dando conta, não… mas vou, só não sei ainda como. E para os chegados, já aviso: eu não existo em abril. Vou virar aluno modelo – essa eu quero ver – e atleta padrão que ficar em casa estudando ou pedalar são as únicas coisas que não me causam agonia financeira. Financeira é piada, tá? Palavra muito elaborada pro meu caso. :P

E como se não bastasse, quando eu encosto a cabeça pesada no travesseiro e me preparo pra dormir – com problema ou sem problema, eu durmo – uma guerra começa do outro lado do mundo. Por que Bush e Hussein simplesmente não morrem de uma vez? Ah, eu sei que não ia adiantar nada, me deixa!

Tenho um par de ingressos para o Mvnicipal

É isso aí. Eu tenho duas senhas (uma minha, claro) para assistir ao ensaio geral da ópera O chapéu de palha de Florença, de Nino Rota, amanhã, dia 20/03, quinta-feira, às 18h30 (não pode atrasar), no Theatro Mvnicipal de São Paulo.

A pergunta é: Quem gostaria de ir comigo? Ou sem migo, tanto faz. O repertório é pouco conhecido (pouco efetuado) e bem interessante. O horário é ingrato, mas é de graça, né?

Então a regra é a seguinte: me deixa um recado (via comentário ou e-mail) o quanto antes. Deixa e-mail ou telefone, de preferência, ou me liga, se souber como — não, eu não vou colocar meu telefone, nem e-mail aqui pra serem recolhidos e incluídos em malas-diretas, mando por e-mail. :P

Detalhe: Eu só vou poder ver e-mails até amanhã ao meio-dia. Alea jacta est!

Spam do bem (de quem, cara-pálida?)

Eu sou daqueles que gosta muito pouco de receber e-mails inúteis – seguindo a minha própria tabela de inutilidade, faz favor, que não inclui meus amigos queridos –, principalmente de quem eu nem conheço.

Pois bem… é por essas e por outras que eu não consigo entender por que razão um cidadão pega o meu e-mail sem minha autorização, sem saber se eu quero e sem ao menos já ter falado comigo uma vez na vida e enfia o dito cujo em uma porcaria de lista de distribuição para anunciar campanhas, atualizações ou mudanças de layout de blog! Quer que eu leia, coloque no seu blog, deixe até um recadinho (pra mim!) e, se eu quiser, eu vou lá e leio. Se eu quiser ser avisado, eu peço. É assim que funciona, ou deveria. Mas é muito fácil criar uma lista e mandar tudo pra todo mundo sempre, não é? Pois é, mas isso é SPAM, sinto informar. Não interessa se é em prol das criancinhas tuberculosas da região central da �?frica ou sobre a bandalheira no Congresso em Brasília. É SPAM! Não parou pra pensar “hmmm, acho que o Gui vai querer ler isso aqui”, é SPAM! E de novo: É SPAM!!!

Daí, fico eu aqui na sinuca de bico porque não quero ser indelicado – pois o povo se melindra, e como! – e dizer: “Fulano, dá pra tirar o meu e-mail aí da tua lista? Não, eu não quero saber das tuas atualizações. Quando eu quiser eu vou lá e leio.”

Acho que há uma grande diferença entre serviço de informação pública e informação pública (e generalizada) de serviços, sabe como é?

Crepuscular

Mas para saborear um por de sol como o de hoje, com todos os seus tons de vermelho rosa e salmão contra um céu de azul degradê, eu sempre tenho um minutinho — já não disse que o tempo é relativo? Que se danem a análise, o contraponto, a tônica e a dominante!

Lunar

Nadar? Com uma lua imensa dessas? Ah, mas é hoje que eu viro boto!

Horosex

Para os taurinos, afeto e sexo se misturam. São doces sedutores. Não resistem a um carinho no pescoço (seu ponto mais sensível) e são capazes de enlouquecer o parceiro com suas carícias sensuais. Gostam de sexo devagar, como se quisessem possuir aquele momento e fazê-lo tornar-se eterno. São admiradores da arte, procuram pessoas belas e gostam de lugares aconchegantes para desfrutar o prazer.

(Josilene Sousa, Os signos e a sexualidade)

Onrron! Onrron! Onrron! E digo mais, ONRRON! ;)

Visita

É tudo ao mesmo tempo agora. Tendo visões e recebendo visitas. Até aí, tudo bem. A novidade é eu perceber que tô recebendo visita — mesmo sem saber quem é.

Mas o meu weekend off é de sentir e não de pensar, então eu vou sentir a minha cabeça no traveseiro e boa!

Visão

“Estou às margens do que parece ser um lago. Mas não é um lago comum, não é plano, é curvo como a secção de uma esfera saindo da terra. Não sei por que dou um passo adiante e entro em suas águas. Elas são limpas, claras e perfeitamente transparentes, mas não alcanço o fundo nem me parece possível mergulhar. Só é possível ficar na superfície e esta não é perturbada. Por mais que eu nade, permanece perfeitamente curva e lisa. Vou nadando e subindo até chegar ao topo do lago. E lá olho para o seu fundo. Um olho. O lago é um olho e estou nadando bem no meio de sua córnea! No fundo vejo a íris, a pupila contraída contra a luz do sol. Suas profundezas abissais protegidas da luz do dia. Mas o seu fundo sem fundo ma atrai e ali, bem no topo e no meio, posso mergulhar. Mergulho. O ar estranhamente não falta, mas quando estou a meio caminho, noto uma ondulação e um movimento na superfície. As pálpebras estão se fechando com uma onda na frente de cada uma. Observo. As matas ciliares são, de fato, cílios. A luz diminui lentamente até que elas se encontram, mas não se faz escuridão, apenas uma penumbra profunda através de um olho fechado. O suficiente para que eu enxergue meu caminho. Para dentro e para o fundo. A íris agora descansa, relaxa, liberta e se abre… Escuridão. Segura e aconchegante escuridão. Avanço. Ultrapasso. Não existe mais fundo, topo ou superfície, apenas escuridão. Não! Existe luz! Acostumado ao negrume vejo pontos de luz cintilante. Minúsculos, distantes, esparsos e inalcançáveis. Gradualmente eles se multiplicam, cintilam, oscilam e se desprendem da profundeza segura, flutuando soltos por toda a imensidão. Para o meu espanto alguns começam a se aproximar lentamente. Começam a crescer e tomar formas etéreas, diáfanas, mas inegavelmente humanas. Levezas personalizadas e desconhecidas que emitem uma luminiscência sutil. Iluminescência. Estou dentro do meu olho e fico a olhar aquele meu universo noturno que tenta delicadamente me iluminar sem muito enteder sua linguagem não verbal. Até que acordo, me desligo do meu sonho não dormido.”

Nunca, nunquinha eu vi meu inconsciente berrar assim comigo em plena luz do dia. Eu não sei onde foi que você tocou, mulher, mas foi uma chave das boas! E uma riqueza de detalhes, uma perfeição de imagem de fazer inveja a qualquer Spielberg da vida. E eu acordado… onde será que tava meu ego (super-ego?) em uma hora dessas?

Não sei se vou sonhar, se preciso sonhar, mas não tenho dúvidas quanto a uma coisa: tem alguém que precisa fechar os olhos para poder ver. A verdade não está lá fora, não. Tá aqui dentro.

Cyberencontro

E eu falei que a minha primeira regente, a segunda culpada por eu ser músico hoje — a primeira é mamãe —, deu as caras aqui no Figaro fazendo uma busca? Não?! Pois é… Me reconheceu pela voz no poema da Adélia Prado! Reeeeecorde!!! ;)

Trilha para um sonho acordado

Por conta da esbórnia acabei não registrando as imagens — maravilhosas, acreditem — que invadiram meus olhos durante a última sessão de canto-terapia-com-massagem. Vou até mudar a trilha. Enquanto eu escolho as palavras que descrevam o que é próprio dos (meus) olhos fechados, vocês meditam ao som de “Intorno all’idol mio”, ária antiga da ópera veneziana Orontea, de Antonio Cesti, à voz da Ceciliazona, óbvio. Combinado?

Intorno all’idol mio
spirate pur, spirate
aure soave e grate;
e nelle guance elette
baciatelo per me — cortesi aurette.

Al mio ben, che riposa
su l’ali della quiete,
grati sogni assistete
e il mio racchiuso ardore
svetagli per me — o larve d’amore.

Gentle, pleasant breezes,
blow
around my beloved;
and kiss his noble cheeks,
kind breezes, for me.

To my beloved,
sleeping on teh wings of peace,
bring happy dreams
and reveal to him my hidden passion,
on my behalf, phanyoms of love.

PS: Quando eu crescer eu quero ser que nem ela — salvo as devidas características vocais e sexuais, claro.

Vai, bestão! — a saga continua

Te mete a ir pra Cotia no carro dos outros sem perguntar se vão voltar ou que você precisa voltar, daí fica lá esperando ônibus na Raposão pra chegar a tempo em casa. Dormir pra quê?

O que a gente não faz pra matar uma saudade… Lica, meu anjo, como foi bom te ver assim tão linda. Docinho, se a gente vai se ver de novo antes de tu partir, só deus… mas a cútis tá que tá uma beleza, viu? Um pêssego! Onrron! :)

E Bertinho… repare o semblante perdoável: (:-] Desculpa o cano, vai? Você sabe que eu te amo, mas Fortaleza é muito mais longe que Campinas.

Esbórnia

…não sou de ninguém,
eu sou de todo mundo
e todo mundo me quer bem…

Cheguei não botando muita fé na festa — começou bem meia boca. E eu lá, só e então somente de macacão e capacete — tava uma cooousa. Convidado do convidado do convidado — é, vulgo bicão —, não sabia nem de quem era o aniversário. Pois bem… bebi, dancei — não tocou Village People, pô, eu tava temático! —, dei showzinho com a dona da festa e ainda ganhei beijo-vem-cá-meu-nego de despedida do dono da casa — casado, o safado!

É… saldo bem positivo. Heh!

Piramidal

Segundo o Thiago, no panteão egípcio este é o meu deus:

Deus Ptah – 16 de abril a 15 de maio.
O grande Deus da fertilidade masculina, criador de tudo que existe. Ele representa as forças criadoras espirituais, sendo considerado o Grande Construtor ou Divino Artesão, protetor das belas-artes e dos artistas. As pessoas que nascem sob sua proteção têm firmeza de temperamento, paciência e perseverança, um grande talento para as artes e tudo que se relaciona com construção de objetos. Para alcançar a felicidade devem canalizar todas as virtudes para a realização de coisas que tenham valor espiritual e despertem sentimentos de beleza e harmonia, caso contrário correm o risco de se transformarem em pessoas que vivem em constante insatisfação e não se realizam. No amor, encontrarão a felicidade quando conseguirem satisfazer sua exigente capacidade sexual.

Capisce? ;)
Claro que Bethânia tinha que estar cantando Dona do Dom enquanto eu escrevo isso. “Coincidência” pouca é bobagem.

Abra suas asas

Eu ia, juro que ia! Tô falido, ia ficar quieto aqui no meu cantinho, na boa. Ouvindo musiquinha, lendo um pouco, curtindo o meu umbiguinho apesar de receber TRÊS propostas de balada hoje — eita, povo animado!

Parênteses. Por que, raios, as pessoas sempre chamam a gente quando não há a menor e mais remota possibilidade de irmos? Fecha parênteses.

Mas a curupira me convida pra uma festa à fantasia DE GRAÇA, aí é sacanagem! Eu vou: Village People, macacão e capacete! ;)

Young man, there’s no need to feel down.
I said, young man, pick yourself off the ground.
I said, young man, ’cause you’re in a new town
there’s no need to be unhappy.

Young man, there’s a place you can go.
I said, young man, when you’re short on your dough.
You can stay there, and i’m sure you will find
many ways to have a good time.

It’s fun to stay at the Y-M-C-A.
It’s fun to stay at the Y-M-C-A.

They have everything for you men to enjoy,
You can hang out with all the boys…

Seriedades, introjeções e afins, beijo na bunda e até segunda!

Pulguices

E a tal da pulga continua pulga. E eu, que não tenho mais vocação pra peru e morrer de véspera, me divertindo com a possibilidade.

Ah, quer saber? Vou eu me consumir em ansiedade? Eu não! Vou deixar a dita pra quando eu quiser um pretexto pra me entupir de chocolate. Assim a gula não fica sozinha, não é mesmo? ;)

Ato falho

O-oh… cadê a minha pasta? É aquela preta, caindo aos pedaços, cheia de partituras a estudar, a analisar, a ensair. Xiii… ficou no armário, danou-se! Acho que eu tava querendo um weekend off e não sabia. Ponto seu, inconsciente.

E por falar no dito, tchau que eu tô só o bagaço. Parece não, mas essa história de treinamento em natação quebra a gente. Eu bem que queria um clone meu pra me fazer massagem — na verdade eu passava essa parte do clone, mas aí quem se habilita?

Shit happens

Inspetor de armas da ONU morre em acidente de carro no Iraque. (Folha)

Ah, que ótimo! Acidente ou não, era só o que faltava para acirrar ainda mais os ânimos belicosos. :-\ Não bastasse o presidente psicopata de um país cuja opinião pública é geopoliticamente mal informada querendo encrenca, tinha o outro que morrer em “solo inimigo”? Acho que vou acender mais uma vela branca porque tá difícil…

O que será que será?

Tem uma pulga enorme — mais ou menos do meu tamanho e de olhos verdes — atrás da minha orelha.

Hmmm… Agora… por que, afinal de contas, eu tenho a impressão de que H�? um interesse não dito, velado sob o tom de uma conversa coloquial? Será meu inconsicente pregando peças? Ou não, será o inconsciente DELE aprontado a saia justa porque, se não me falha a memória, não costumo causar gagueira nas pessoas com quem falo, não! Esse dom é novo!

Diálogo corpóreo

“… Eles dormiram assim, como há muito tempo não dormiam, ela de encontro ao peito dele, ele dentro dela, pernas entrelaçadas, respiração misturada. Tiveram lindos sonhos, os dois, dos quais tinham apenas a lembrança da beleza. Passaram a fazer isto mais vezes, e ele acordava sempre com o coração leve, inchado dentro dela.”

Eu simplesmente adorei esse diálogo. Delicado como Asa de Borboleta.

Diabolique

Estou tendo idéias para a minha festa de aniversário… >;-]
Resta saber se serão executáveis. Tremei…

Vai, bestão!

Natação: danou-se, a monitora já tá com os zóio grande pra cima do meu treino.
Musculação: teste de carga máxima — a.k.a os monitores se divertem — ou teste de resistência dos (meus) materiais, o princípio do fim.

Ei! Eu sou músico, não o protótipo de marombeiro feliz do novo milênio! :P

Retificando

Contradizendo um comentário meu, eu bem que queria um colinho agora que eu já estudei — berrei feito um possesso, coisa de tenor —, comi, estudei de novo e tenho que esperar o horário da natação. Fora o sono, tão de segunda-feira. Se pudesse trocava a piscina por uma banheira.

Na falta de um travesseiro, um cobertor de orelha não seria nada mau.

Horóscopo

Get ready for different people, different places, different affiliations and different plans. Liberating Uranus moves into Pisces for a seven-year stay, during which time your hopes, dreams and expectations are likely to shift and your desire for a new and improved lifestyle will be matched only by your commitment to attaining it.

Ê, lerê… é o que eu sempre digo: para o alto e avante! Eu não vim aqui a brincadeira.

Porque eu também sei ser carente

My Funny Valetine
(Rodgers & Hart)

Behold the way our fine feathered friend,
His virtue doth parade
Thou knowest not, my dim-witted friend
The picture thou hast made
Thy vacant brow, and thy tousled hair
Conceal thy good intent
Thou noble upright truthful sincere,
And slightly dopey gent

You’re my funny valentine,
Sweet comic valentine,
You make me smile with my heart.
Your looks are laughable, un-photographable.
Yet, you’re my favorite work of art.

Is your figure less than Greek?
Is your mouth a little weak?
When you open it to speak, are you smart?
But, don’t change a hair for me.
Not if you care for me.
Stay little valentine, stay!
Each day is Valentine’s Day

E porque Ella acaba comigo, sempre.

Luz

Será que as pessoas ontem notaram o quanto de energia boa circulava naquela sala? O quanto tudo brilhava? Todos os sorrisos. Todos os olhos eram estrelas de primeira grandeza coroando uma egrégora de felicidade.

Eu quero todas as fotos!

Ato falho

Dessa vez ela se superou! E depois é o meu inconsciente que prega peças. Onrron!

— Você ainda não disse aquela frase — digo eu.
— Que saudade? — pergunta ela sem nem pensar e já dizendo.

Não fosse romântico, seria ridículo. ;)

Doces (e salgadas) lembranças

Memória é algo que se cultiva, certo? Pois é. Memória olfativa é aquele estrago, não respeita hora, momento ou local. É só passar alguém com o mesmo perfume, passar um vento com cheiro de flor — daquela flor — e o chão some, o mundo treme e você volta automaticamente ao momento exato, ao ato, ao tato, a tudo. Maravilha. Ou inferno, depende do contexto, pois não há controle.

Mas dentre as memórias, as do paladar são boas amigas. Sensual que sou — delícia de dubiedade —, acabo associando gostos às situações vividas, às pessoas. Eu cuido da minha memória na cozinha. Pão com mortadela será sempre invocado quando eu quiser meus irmãos por perto. Sorvete, pirulito, pão-de-quejo (ou carambola), café, cerveja, cookies, pinga e rapadura. São tantos outros gostos e sabores nessa minha memória dinâmica da ponta da língua. Acho que é por isso que eu tenho esse linguão!

Hoje? Comi uma omelete. Memorável!

Oh, happy day!

Menina, e agora? O que eu digo? O que eu faço se tudo é sempre dito, repetido e mesmo assim intenso, tal o tamanho do amor que temos aqui dentro?

Se “Feliz Aniversário” fosse suficiente, não seria eu. Qualquer um pode te dar um desses, qualquer um pode te dar qualquer coisa. Eu não, eu quero ser. Não é qualquer um que pode “ser”, pois é preciso a dose (cavalar) certa de amor e arte. E pra você eu sou e serei sempre: amigo-amor-irmão.

Mas hoje, não. Hoje eu quero ser mais, pois hoje você é mais. Você. Hoje eu sou mais você e quero estar mais perto. Me deixa ser seu Pantalaimon?

Almas Ge(r)minadas (que medo!)

“Na vida a gente precisa ir bem atrás das coisas que dão prazer pra gente, como uma companhia para passear (…) ou então fazer uma viagem até a praia num fim de semana para um delicioso piquenique, descendo a serra pelas curvas da estrada de Santos.

Afinal, quem não teve os cravos das costas espremidos na praia pela namorada jamais viveu a plenitude de um verdadeiro amor. O sol, o sal, o barulho das ondas, aquelas unhas vermelhas apertando sua derme, a gordura sendo expelida como uma lombriga alucinada. Nada importa se as pessoas em volta olham com desaprovação. É inveja de quem nunca sentiu aquela dorzinha gostosa, seguida daquela sensação de ejaculação sebácea. É o amor sublimado na boca de cada poro, em tesão e êxtase.”

PFFFF… *HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA*
Não! Não! MIL VEZES NÃO!!! O que é isso? Ninguém merece, fala sério! Meu amigo, diz que é brincadeira. Isso lá é anúncio que se preze? Merece um prêmio!

Eu tava aqui pensando que hoje é sexta-feira, eu deveria estar lá fora, aumentando as minhas chances de ser feliz, quando ela me vem com essa pérola. Melhor ficar em casa!

Felinidade ao cair da tarde

Alongo tendões, sonhos e sorrisos sobre a cadeira do meu quarto onde me sento. Enquanto correm as horas, a languidez eriça minha pelagem. Mesmo que os dedos corram pelas páginas da partitura, minha sombra tudo ignora e se insinua sensualmente para a nesga de luz do sol que entra pela janela. Ronrrono. O felino em mim se lambe com preguiça, tão sinuoso, delicado e quente quanto o vocalise que Ella canta jazzisticamente. Sou todo jazz, mas sou pungente como o trompete.

De onde vem tanto amor, senão daqui de dentro? Faço-me de afável e, na realidade, sou. Afagável. Amante dengoso de apetite selvagem. Sou gato. Exigente e dedicado. Fera e também presa de minha própria domesticidade. Mordo a mão que me bagunça o pêlo e a tranqüilidade, mas me enlaço, estico, me esfrego em teu abraço num anseio louco pelo frêmito da tua mão em meu cabelo.

Bittersweet, adoro essa palavra. Sua propriedade, seu som explosivo e escorregadio no meu ouvido. O torpor de olhos semicerrados. Cravo minhas unhas na almofada, assim como cravo meus olhos na tua imagem desfocada. Onde você está que não escuta o meu miado? Quem é você que não percebe o meu chamado?

Beijo roubado

“Nossas bocas estavam tão próximas que o beijo devia ter começado há muito tempo sem que soubéssemos. Você partiu uma palavra em migalhas para me dizer: ‘Me beija’.

Eu não encostei logo em teus lábios, embora estivessem tão próximos dos meus que uma folha de papel de seda não poderia passar entre eles. Eu os rodeei, devagar. Minha boca, entreaberta, respirava sua semelhante. Demorou. Demorou como demora o tempo amoroso. De tanto respirar, nossos lábios secaram. Eu molhei docemente teus lábios com a língua, e em seguida molhei meus lábios nos teus. Lentamente.”

(Hélène Pedneault, Les chroniques délinquantes)

Depois de acordar com o dia já alto e dar de cara com um beijo desses — mesmo que não seja meu — é impossível não cair no crime. Cala a boca e me beija (que minha boca tá seca)!

PS: Que nariz, hein? Que boca! Ai… ;-)

Links

(na realidade, faltava muito mais gente, mas a memória de um bêbado é relapsa. considerem-se linkados e amados) :-*

Gula

Quem é que espera o brigadeirão esfriar para comer?
Nessa casa? Fala sério, só se for o gato! :P

Scripta

Não acho, sinceramente, que tenha veia de escritor. Tudo não passa de uma brincadeira prepotente da minha parte. Escrever bem e ter o “dom” pra mim são coisas completamente diferentes. Mas eu brinco, pois acho divertido. Gosto do exercício. E de vez em quando bate uma coisa, dá um surto, as palavras fluem com mais jeito e a (minha) tradução fica mais literal na poesia. Aí, vai.

Mas é de vez em quando, entre surtos associados, como os hormonais. Tanto que eu tô enrolando para abrir o Scripta. Porque eu sou pentelho. Quero que o lugar onde vou guardar meus parcos escritos — para que fiquem à parte, atemporais também — seja bonito, com cara de papel de seda, de papel de carta, com cara de papel. Postal. Cheiro de tinta.

E como sou idealista, perfeccionista e cricri, demoooro — alguém aí que entende de flash, javascript, etc. tá com tempo sobrando? Uma hora dessas sai.

Xixi na cama

Vai, bestão! Fica escrevendo essas coisas de noite, depois tem sonhos… cabeludos!

Grrr…

Fera

Diga que me ama!
E não diga mais nada,
pois não quero ouvir.
Não há em ti uma só palavra
que possa arrancar de mim,
as veias cálidas, a face arfante,
o pau que pulsa de encontro ao teu.
Não tens idéia do meu desejo,
pois quando de longe o viste
escondeste tu em teu sorriso.
Se ao menos sentisse a fagulha
mínima e animal a te açoitar
as ancas, não pensaria: gozaria
felicidade por cada poro
de tua pele lânguida. Lambida.
Geme que me ama…
Atreve-te! De que tens medo?
Encosta tua mão boba
em minha boca
e sente que te mordo
a segurança descabida.
Reage! Olha nos meus olhos
enquanto te agarro com jeito
as pernas frouxas
e não treme de tesão. Varão!
Minhas marcas em teu corpo
são tua melhor paixão. Tenta.
Teu destino — me amar —
é só o que espalho
no peito com meus dedos.

Alhos por bugalhos

Usuários do Kazaa e afins, prestem atenção: pela última vez, “Che gelida manina” NÃO é ária da Tosca, é de La Bohème! “Nessun dorma” NÃO é de Verdi, é de Puccini! Mas que inferno!!! (isso porque eu tô falando de carne de vaca…)

Ah, sim… e alguém avisa a Sarah Brightman que “Nessun dorma” também NÃO é pra voz dela? Lindo! Uma ária que começa com “ninguém dorme” com cara de cantiga de ninar. Que fiasco… :P

Antes que alguém me apedreje, adoro a moça, mas cantando musical e não ópera — principalmente o que não é pra ela e fica completamente descaracterizado do papel.

Engraçado isso. As pessoas decididamente não atentam para o fato de que ópera é teatro, tem texto, inflexão, caracterização de personagem e o escambau. Tem significado.

Afe! Como eu tô pentelho hoje.

Urano em Peixes

A Revista Constelar está com um concurso de textos inéditos, em parceria com a organização do congresso Astrologia, Liberdade e Transformação que vai acontecer nos dias 22 e 23/03 aqui em SP, em comemoração à entrada de Urano no signo de Peixes — quem vê pensa que eu sei horrores do que eu tô falando…

São 14 textos pré-selecionados para serem votados via site. Gostei de muita coisa que li. Os textos não estão assinados, mas ninguém disse que eu não posso contar que votei no No. 3. Ué? Foi o meu preferido! ;) De estilo despojado e imagético, bem simbólico e arquetípico.

Memo

Quer saber de uma coisa? Quem foi que disse que se for pra ser, eu tenho que ser o melhor, ou mesmo um dos top 5 em tudo o que faço (inclusive no sexo e nas artes da sedução)? É… fui eu mesmo, né? Pois é. Eu sei que eu sou bom e já dá um trabalho do cão ter que competir comigo mesmo, por que raios eu tenho que competir com o resto do mundo?

(en)curta o longa

E sobre A Festa de Margueritte, concordo com o que ela me disse (que sei lá quem disse): daria um ótimo curta. Mas 80 minutos de filme mudo e preto e branco forçou um pouco a amizade. Meio sem graça.

O mundo é pequeno, redondo e cheio de esquina

De novo? Ok, Ibirapuera, coincidência, mas o mesmo cinema, na mesma noite, no mesmo dia?

Aliás, ô terça-feira esquisita! Mais um conhecido encontrado na fila do cinema e um aluno de canto desaparecido que surge no meio da rua. O que foi isso? Dia de reencontros? Quem foi que disse que SP era uma cidade grande?

Isso sem falar de gente completamente offblog aparecendo e deixando comentário — é tu, né google? Tava tudo tão convergente hoje…

I want to ride my bicycle

Eu acho o seguinte: encontrar a creatura no Ibirapuera (de novo…), numa terça-feira de carnaval (de novo!), fazendo piquenique (DE NOVO!) é muito deja vu pra minha cabeça. :P

Mas ainda bem. Não fosse a apraz companhia dos dois e eu seria obrigado a atropelar aquele poodle desgovernado, aquela criancinha kamikaze e aquele casal enamorado de ciclistas embriagados que insistiam em cruzar o meu caminho sem olhar, sem avisar e sem amor à vida. Como tinha gente naquele parque!

Terça-feirazona e a gente vê que a pilha de coisas para estudar só faz aumentar. Lamentável, mas eu tô indo pro cinema. :P

Andiamo via

Por falar nisso, acho que sou uma pessoa que vai ao Parque do Ibirapuera amanhã. Alguém se habilita?

Karma (ou seja, calma)

Um dia desses — tenho fé — eu ainda aprendo.
Por ora, deixa eu queimar um pouco mais de pestana (pra deixar de ser besta).