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Há sempre um verso
É sempre um reverso
Apaixonado do passado
Navegar. É preciso viver, não é? Preciso.
Eu tenho cactos na minha janela. É, cactos! Eles não são lindos? Não que eu não goste de flores, eu as adoro. Mas na minha janela tenho cactos. Primeiro, porque eles sempre estão ali. Tinha um playmobil sobre um cavalo ornando com o cenário também, mas ele sumiu; acho que preferiu a mata atlântica do jardim, uma coisa menos faroeste. Mas então, os cactos. Segundo, porque as flores vêm e vão. Basta um período mais seco e elas perdem o viço; e meus cactos continuam ali, verdes. Terceiro, porque as avencas não gostam da minha janela; não sei se é o sol ou o vento que ela vive aberta, mesmo no frio, por causa do sol e do vento.
Mas o mais importante talvez seja o fato mais simples: cactos estão sempre cheios d’água. E nem todos têm espinhos. E seus espinhos não são letais. Permanência. Resistência. Evolução. Eu tenho cactos na minha janela prá me lembrar não da casca, mas sim da essência, da vida que por (des)ventura me escape.
Cactos no deserto são mais belos que as flores.
Um sono tranqüilo, por favor. Com sonhos suaves em molho levemente picante. Mas cuide para que não o passem demais do ponto, ou ele fica amargo. E eu não quero aquele travo na boca, nem aquela queimação embaixo do peito. Não hoje.
Alguém mata a Caballé, mas não deixa ela cantar assim do meu lado.
Quando o grito falha e a garganta trava, sinto a maior falta de não conseguir chorar. É quando o silêncio se faz surdo e as vozes se tornam ásperas que eu gostaria de saber dançar divinamente. Violentamente. Saltar distâncias impossíveis, sonhar piruetas improváveis, rasgar de um único (im)pulso toda a irrealidade dos pés descalços de um pas des deux. Ouço Brahms e sua quarta sinfonia é um orgasmo dissonante. Mas deveria ser Tchaikovsky. Ou Bethânia. Os vizinhos dormem? Foda-se. Essa emoção me afoga mais do que lágrimas o fariam. E eu não quero, não posso me afogar porque tudo ainda é muito caro, muito novo, e não há desgosto maior do que ver a morte no que ainda nem brotou. Ah, que venham os raios, os trovões e a tempestade, enfim! Que venha o medo, o desespero, a ira, a violência! Mas que não se vá a benevolência e o amor de que sou feito porque não há dor maior que o desamor e isso eu não posso suportar. Agüento as palavras, os gritos e toda a sorte de brutalidade, desde que não falte amor em minhas veias. Eu preciso dizer que te amo como eu preciso da água fresca na minha garganta, na minha cabeça, escorrendo sobre o meu corpo de menino nu. Veja! Eu sangro! E é vermelho o gosto amargo na minha boca! Uma boca que beija e morde, mas que não mente. Uma boca que chora a dor de ter nascido. Uma boca que canta. E meu canto é meu maior tesouro que te dou sob a lua, sob a rosa, sob seu signo onde, é sabido, não se pode mentir. Eu te dou o meu amor.
Estou bêbado de mim e tenho medo. Medo do penhasco que me desafia. Medo do abismo que há em mim. Eu só preciso crer, eu só preciso aprender que sei voar.
Acharam o carro. Já é a quarta vez que ele vai e volta. Fala sério, parece cachorro!
Segundo a polícia, foi encontrado em frente a um centro espírita ali por perto. Minha mãe riu — há que se rir — e disse que os barbudinhos resolveram ajudar; é bem provável. Agora, já vi bloqueio policial, mas bloqueio espiritual é a primeira vez!
O celular? Veja bem, sorte e uma coisa, milagre é outra. E o resto a gente resolve.
Uma dose bem amarga de xarope, bem grande, prá eu engolir de uma vez, claro + um carro roubado no meio da noite, bem no dia da visita a uma amiga que eu não vejo há 10 anos + o aviso de que o celular da mãe provavelmente estava no carro + a feliz descoberta de que a minha habilitação venceu mês passado e eu nem sabia = aquele fim de semana do cão e sem parcelamento.
Eu queria saber quem foi que andou botando pecado na minha conta.
“Acontece”, diria você. Vai por mim: não diga; com sorte eu durmo até segunda.
Dói, sabia? Aliás, como qualquer processo de cura, por melhor que seja — embora nem sempre se perceba (nem a dor, nem a cura). Vê se não esquece.
Vamos lá, serviço de utilidade pública:
Quem quer uma conta de e-mail do Google? O famoso Gmail.com que dá 1Gb de espaço, mas que por enquanto só está disponível para alguns sortudos (inclusive alguns usuários do Blogger.com, então vai lá conferir, blogueiro!)? Eu tenho 9 convites prá distribuir — tá ficando ridículo já, de onde aparece tanto convite? Veja bem, você faria a alegria dos seus amigos que volta e meia recebem aquela respostinha *irritante* de caixa postal cheia. :P É de graça! Mas se você resolver dividir o próximo prêmio da mega-sena comigo eu nem vou achar ruim. Juro!
Deu na Folha de São Paulo de hoje. Sinceramente? Eu não vou entrar no mérito da questão porque a coisa toda me dá nojo. Vamos combinar, não fosse o ano de eleição e o PFL, o PSDB ou qualquer outro que o valha não iriam fazer tanto alarde pelo salário mínimo. E mais, fosse outra a dobradinha governo-oposição e a gente podia muito bem inverter os papéis. Quem vê pensa que os direitos e anseios do cidadão brasileiro enfim encontraram voz no brado de mui nobres cavaleiros — estamos falando de meros 15 reais que a oposição luta bravamente por aprovação. Não sei quem me irrita mais, o governo que não consegue dar uma perspectiva decente de melhora para a população ou a oposição que posa de boa samaritana encenando uma gladiatura por migalhas. Roma morreria de orgulho em ver seu circo perpetuado. Mas o que falta mesmo são alguns leões dentro do plenário.
Ah, sim, mais alguém viu a ridicularia que a Danuza Leão escreveu outro dia sobre o arraial presidencial? — festa junina agora é brega, gente! Mas tudo bem porque ela já foi devidamente esculhambada pela Marcia Camargos (jornalista e doutora em História Social pela USP) no que obviamente não tinha cacife prá falar. E pelo Carlos Heitor Cony, mas não diretamente, que ele, sim, é fino; a Danusa não. Quem é chique não se mete a falar do que não entende, então eu fico por aqui.
Os pedreiros da obra do meu vizinho não se contentam em me acordar às marretadas. Pelo visto, agora também resolveram enriquecer a minha cultura radiofônica à base de muito Eli Corrêa, o dia inteiro. Socorro! (Os sinos! Os sinos!)
Mas eu não me rendo! Jamais! Callas e Caballé estão aqui ao meu lado, Bethânia no ataque, Chico na retaguarda e Clara Nunes pedindo ajuda ao santo enquanto Elizeth & Zimbo Trio balançam na sucata, mas não caem. Se não bastar partirei para o ataque em massa; quero ver quanto tempo eles agüentam ouvindo ABBA e Barbra Streisand!
É a guerra!!! Cadê os meus clarins?
Fotos! Muitas fotos da parada que eu organizei para o seu deleite.
Modéstia à parte, estão boas prá cacete! =)
Eu gostei particularmente da foto da mãe com o filho porque me lembrou da minha. E várias outras mães e pais que estavam ali pulando, junto ou não dos filhos; gente que tem consciência do quanto um colo faz diferença na hora de enfrentar o mundo.
Ah, a galeria tá com os comentários abertos, então se joga! Só não vale descer do salto, bi. E se a sua foto estiver ali, deixe um recadinho prá gente. Obrigado! ;)
Eu sei, eu disse não. Depois de um dia de parada, depois da pouca cerveja, depois da minha libido testada, eu te disse não. Sabe, pode me chamar de louco, mas ali naquela catarse, no meio da rua, não tive vontade; contentei-me em ver a loucura fluir pelas bocas alheias. E foram tantos beijos, alguns apaixonados, outros simplesmente despudorados, livres de tantos grilhões do dia a dia que, atrevidos, não sabiam nem a quem queriam escandalizar — talvez transgressões saudáveis de si mesmos. Confesso que os primeiros foram os que achei mais belos. Eram aqueles que continham um pedaço de tempo parado, um minuto de silêncio em volta de si, uma fermata na cacofonia de todos nós ali festivos. Fiquei encantado.
Quando você me olhou daquela maneira — ah sim, eu senti o teu desejo me alcançar como uma brisa quente — eu me senti menino. Mas não foi a negativa sem graça que a minha cabeça te deu quando você brincou com o meu decoro, nem o sorriso que é em mim tão automático uma forma de mexer com a tua intensidade; deus sabe que eu não sou das criaturas mais pudicas desse mundo. Foi na massagem que fiz em tuas mãos que te respondi em metonímia; você sabe. Ao invés de não, eu dizia a você, eu dizia a mim mesmo que não seria assim; eu não iria te beijar escondido em um banheiro de bar, eu não iria acordar na tua cama só prá te ver partir. Não ontem. Outro dia, talvez, provavelmente até, mas não ontem. Eu estava de bem com os meus fantasmas, ontem eu cuidava dos meus sonhos. E os meus desejos que você talvez pensou pequenos eram na verdade tão grandes que você poderia jamais corresponder; ontem eles eram diferentes dos teus.
Eu sei que falo de maravilhas. Então não me pense pouco, não fique sentido se eu disse não porque ontem eu te dei um carinho muito especial; ali, eu te dei o amor que eu mesmo queria, um amor que, embora em sua expressão contida e por isso mesmo, é tão grande que não cabe em mim.
FELIZ ANIVERS�?RIO, WENO!!! :o)
Prá você, meu querido, só o que há de melhor:
Superpiruetas, arquicambalhotas, maxipirulitos, ultravioleta… bravo, bravo!
Sim, eu acredito piamente no amor, mas acho que a questão hoje não é bem essa. Mais do que no substantivo excessivamente abstrato, a dificuldade está no verbo: amar. Quem acha que amor e amar estão ligados pela equivalência, cedo ou tarde descobre que pelo emprego desajeitado do segundo muitas vezes desvirtuamos o primeiro, e que o primeiro lentamente redefine o segundo.
Você sabe amar? Eu não quero saber se você sabe o que é o amor. Todo mundo sabe o que é o amor, mesmo que não consiga dizer uma palavra sobre o assunto, e isso porque o amor é algo tão inerente à nossa condição animal que muito antes de ser romântico ou apaixonado ele é um fator de sobrevivência social. Mas e amar? Amar não deveria ser simplesmente o exercício do amor? A extensão, para o convívio, de um pressuposto emocional, uma condição primária que baseia todo um universo de sentimentos? Eu acho que não; amar é muito mais complexo.
Veja, hoje é dia dos namorados e muita gente por aí se martiriza por estar sozinho. E muitos caem nas armadilhas do amor, ou melhor, do amar tentando suprir uma carência que é essencialmente pessoal. Mas antes que você resolva cortar os pulsos ou decida que aquele(a) moço(a) lindo(a) da boate é o amor da sua vida, pare um pouco e sinta: procure primeiro em você os motivos para amar, deixe que o seu desejo flua, mas antes de mais nada, deixe que ele seja apenas isso, desejo, porque o desejo não tem razão de ser, nem competência de ser amor. Enquanto isso, ame em você um amor que é só seu. Quem sabe assim você acerta a mão.
Se eu fosse contar as vezes que já enfiei os pés pelas mãos ficaria deprimido! O que me salva (e por vezes me atrapalha) é o meu desejo de acertar. Mas não tem problema, eu e o amor temos um conhecimento íntimo um do outro e o que passou é o que me faz compreender que não saber amar é a regra, ninguém nasce sabendo. E que amar é o ofício do artesão, que dedica vida e espírito à tarefa diária de dar corpo e sentimento à emoção que traz na alma.
A melhor companhia prá se assistir um filme de bruxos não poderia ser outra, senão uma bruxa! ;)
Cadê minha varinha?
Procuro imagens, reviro sonhos, encontro sons; as palavras são sempre inúteis. Tudo o que há em mim é um universo de amores e paixões por ti tocado. Do dia em que apareceste em minha vida, coração, só posso crer que foi um sonho. Sonho daqueles pedidos, rezados, que a gente espera quando deita um dia difícil no travesseiro. Mas és muito mais, pois fazes parte da realidade; teu amor, tão presente quanto a luz do dia. Pego tua mão na minha e teus sonhos como se fossem meus, mais um punhado de estrelas. Se me fores dado o teu sorriso, mil vezes sorrirei contente.
Eu não sei o que queria o destino quando cruzou nossos caminhos, mas ele sorria.
Como se o problema do dia
Não fosse a carência da Lua
Mas o sobejo do Sol
E a insolação fosse
O medo do escuro
É no excesso
Que me vem a falta
Na abundância de mim
Eu me guardo, eu me perco
Buscando a sobra
Dos outros
Vai meu irmão
Pega esse avião
Você tem razão
De correr assim
Desse frio
Mas beija
O meu Rio de Janeiro
Antes que um aventureiro
Lance mão
Pede perdão
Pela duração (Pela omissão)
Dessa temporada (Um tanto forçada)
Mas não diga nada
Que me viu chorando
E pros da pesada
Diz que eu vou levando
Vê como é que anda
Aquela vida à toa
E se puder me manda
Uma notícia boa
Tem vez que é assim — e dói —, essa coisa renitente, esse tunel sem luz no fim. Nessas horas, ainda bem que há o samba; a irmã na roda, o cavaco e o tamborim, a mãe do lado. O que me faltam são uns olhos rasos d’água. Quem sabe um dia?
Passava o dia percorrendo as praias. Tinha os olhos aguçados, os ouvidos atentos e os reflexos de um gato; era forte e encarava com uma seriedade quase religiosa a sua missão: tinha sempre que estar pronto a salvar vidas. Durante anos a fio as areias lhe trouxeram pegadas que seguiu sinceramente preocupado, envolvido como se os passos fossem seus, enquanto os ventos sopravam toadas em sua boca cada vez que o sol se punha às suas costas. Sons cheios de mar.
Um dia, não se sabe quando, cansou de andar pelas areias olhando a imensidão da praia e virou seu rosto para as águas bem ali ao seu lado. Espantado, viu que alguém se debatia entre as ondas e, como por instinto, lançou-se em seu auxílio. No entanto, hesitou; para o seu desepero, de repente se deu conta, tristemente: esqueceu que não sabia nadar.
O susto. O tremor do pulso tenso. O peito que salta em suicídio e não cai. O medo. O silêncio. Será que você não percebe que não importa o meu desejo? Ainda assim eu me preocupo, do mesmo jeito. Mas muda o que há em mim; arde a vida e o meu contínuo sentimento eu reinvento.
Então não quebre esse coração; tome tento!
Tá, tá, tá bom! Tá aqui a mão, pode descer a palmatória! :P
Eu fui na porra do site, assim que vi o que a Beth publicou. Fui seco, crente que ia acabar com essa história de me chamarem de Ricky Martin — não que eu não goste, na boa, mas assim, viagem, vai?
Pois então, me fodi grandão; não deu outra!
Agora, vamos combinar, como é que alguém consegue colocar num mesmo balaio Leonardo di Caprio, Samuel L. Jackson, Quentin Tarantino, Morgan Freeman e Christopher Reeve? Fala sério!
Não, o Beckham e o Damon pode deixar no meu balaio mesmo. Tira a mão daí!
E por falar em homeopatia, se você pensa que eu vou ficar ligando de meia em meia hora prá ver se você resolveu ligar essa porra desse celular, tá é viajando. Liga essa secretária eletrônica, ativa essa caixa-postal, caralho! :P
[20 bolinhas de Sinudoron e 25 bolotinhas de Rinidon, a cada duas horas]
Eu tenho certeza de que a homeopatia só ganhou o status de uma ciência médica séria com o advento do relógio digital com alarme. Du-vi-de-o-dó que alguém conseguiu provar alguma coisa antes disso! Imagina, um grupo de pesquisa: 150 pessoas, 30 tomando Hydrastis canadensis D4 (15 gotas a cada 2h), 50 tomando Atropa belladona D6 (23 glóbulos a cada 3h), 40 tomando Quercus robur TM (18 gotas e 3/4 a cada 3h22’56”) e 30 manés só na água com açúcar. Agora controla a patota e cruza os dados. Te mete! :P
Bem que eles podiam fazer bolinhas maiores, pelo menos.
“É que eu preciso de ar mesmo”, ela disse — e disse tudo. Sabe, com o tempo desaprendi a não ser eu mesmo. Não que antes eu não fosse, mas hoje sou mais… preciso, e tudo o mais soa como papéis que você se vê obrigado a vestir de acordo com a ocasião. Não quero! Nessas você fecha prá caramba o seu leque de convívio; um mal (mal?) necessário.
Disguise, ou alterar a aparência de algo para esconder, disfaraçar sua identidade ou verdadeira natureza. Isso fora o medo, a insegurança, a incerteza, a carência, o desejo, esses monstrinhos que se revezam como em um ringue de luta-livre quando você menos espera. Meu coração não suporta o peso sufocante de fantasias e disfarçes — eu e meu pendor para o (lírico-)dramático.
Pequi morreu. :’-(
Tem um periquito (ou periquita?) à solta no meu quarto. Salvo direto da boca da minha gata Caiçara — que se achou, por justiça, no direito de me cravar as unhas —, ele agora pensa que o teclado do servidor é poleiro e que eu vou ficar dando banana no biquinho dele; bem doido!
E eu tô atrasado pro concerto, caralho!
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Muito tempo depois, tá lá o bichinho todo encolhidinho na gaiola que arranjou-se prá ele. Não fez a menor objeção que eu o pegasse, praticamente não tomou conhecimento que alguém o tirou do canto da mesa onde se escondeu. Me diz, como é que alguém tem coragem de manter uma criaturinha dessas engaiolada?
Eu, que além de homossexual não tenho religião, sou acusada de dupla heresia por alguns carolas. Pior: me julgam imoral, como se minha retidão pudesse ser afetada pela homossexualidade ou ateísmo. Contudo, possuo senso moral e fé, não num Deus, mas na capacidade humana de cultivar bondade no coração, independentemente de raça, credo, gênero ou orientação sexual.” (Heresia Light, por Vange Leonel)
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Gosto da Vange Leonel. Ao contrário de seu colega André Fischer, que a meu ver escreve muito como em uma cartilha da bicha feliz e descolada — uma coisa assim Capricho gay —, ela sempre tem um ponto relevante a destacar acerca não do dito mundo gay (lésbico, bi, trans, x, y ou z), mas de sua identidade e posição na sociedade contemporânea.
Veja, nada contra dicas de moda, manuais de comportamento e correlatos. Acho, inclusive, que eles são muito úteis a quem não desenvolveu ainda uma identidade sexual; penso que todo mundo que já se sentiu à par do que é imposto como socialmente (familiarmente, religiosamente) correto sabe o que eu quero dizer. Contudo, sou contra quando isso só faz acentuar as características de gueto em que a homo, bi ou transexialidade (sobre)vive.
Não gosto de me ver separado por véus comportamentais. Passei muito tempo da minha vida, mesmo sem saber, preocupado em fazer parte desta ou daquela patota, ser reconhecido como isto ou aquilo; fruto de uma carência social típica de um habitante do gueto, aquele que não pertence ao status quo. Isso nunca me trouxe o sentimento de identidade, muito pelo contrário, sempre me custou muito caro, psicologicamente.
Defensor da diversidade aliada à mistura, às vezes me irrita mais ver um viado com postura segregacionista do que um religioso tentando me condenar ao (seu) inferno. Este ataca o que não entende, o que teme, o que não aceita, mas aquele condena semelhantes próximos à marginalidade. Isso, sim, é viadagem.
A parte boa, se é que há, de ter uma crise de rinite alérgica é a saudosa lembrança dos meus tempos de barítono, de quando eu tinha algo a acrescentar à parte baixa do pentagrama; de tanto espirrar eu viro um ogro. Então me realizo fazendo aqueles pedais ou aqueles desenhos descendentes da melodia, abrindo a harmonia até o dedão do pé enquanto os sopranos se jogam nas alturas e os tenores bancam os trompetes; bons tempos aqueles.
Sim, porque o grande desafio de um tenor é transformar berro em arte; ô, voz encruada! Quem ouve os tenores de carreira (não todos que de carreira não quer dizer necessariamente bom) deve achar que o sujeito abre a boca e canta, como por inspiração divina. Pois eu digo que se o divino tem alguma coisa a ver com isso foi no segurar a bunda do maldito no banquinho do piano enquanto ele mandava ver, diariamente, escalas, arpejos e mais meia dúzia de malabarismos vocais prá garantir que sua voz não soe como a curra de um pato com hemorróidas nos agudos e uma rã asmática nos graves.
Mas ainda assim, melhor ser tenor que ser o pato. :P
Da arte do desprendimento. Eu estou me empenhando, com afinco, em ser uma pessoa desapegada e independente, mas taquiospa, como é difícil! A gente devia viver os primeiros cinco anos de vida absolutamente sozinhos, na base da fotossíntese; surdo, cego e mudo. Quem sabe assim aprendia de cara e de uma vez, na pele, na marra, que cada um é um só, é sozinho e ponto. Pelo menos eu acho que já consigo escolher com quem estou, se não pelos motivos certos, por motivos menos errados.
Ódio de quem inventou que o ser humano é um ser social.
…última chamada para para a I Série de Concertos do Audi Coelum! Duas últimas apresentações do imperdível repertório devocional mariano:
Programa B — Messe de Notre Dame / Machaut – Cantigas de Santa Maria / Alfonso X, el sábio – Cantigas de Pe. Luiz Iruarrízaga. [Capela do Colégio Maria Imaculada: Rua Bernardino de Campos 79 – Paraíso].
Sexta-feira, 28/05, às 20h30.
Programa C — Stabat Mater / Palestrina – Audi Coelum / Monteverdi – Salve Regina / Monteverdi – Ave Maria / Camargo Guarnieri – Totus Tuus / Gorecki. [Igreja do Divino Espírito Santo: Rua Frei Caneca 1047 – Bela Vista].
Domingo, 30/05, às 19h.
Se você não for é porque é bobo, feio e chato! :P
Faltava só a boina e o macacão porque, vamos combinar, a estatura do cidadão é bem dizer a mesma. Se bobear dava até prá ouvir a trilha do videogame, não fosse o barulho da furadeira na mansão Ramos & Quintela.
Um guarda-roupa, um espelho, um varal, um armário, um lustre, um porta papel-toalha, um porta CDs… eu tô ficando bom nisso! Ah, eu me divirto. Não sei bem o porquê, mas me divirto — mentira deslavada que eu sei muito bem que eu gosto mesmo é de ajudar; deixa de ser blasé, seu trolha!
E no sonho, chorei. Mas chorei doído, como nunca choro em dia. Chorei de dor aguda e sentida, uma dor de entranhas e tristezas profundas. Cada tijolo de uma construção sendo trocado por incertezas, como se fosse possível mascatear o lar de nossa existência; toda a solidez sendo de mim extinta. (Será? Será possível existir sem o arrimo de nossa essência?) Pois no sonho tive um medo do fim do mundo, um mundo sustentando meus sentidos, mantendo-me coeso. E chorei com a possiblidade de não ter mais onde ser.
Então acordei, pleno e existente, depois de ter chorado por uma vida. Suspirei um sonho de realidade no ar frio da noite. Guardei dos olhos a única lágrima no travesseiro e adormeci de novo, inteiramente.
Mas assim, não há mau humor que perdure porque tudo basicamente é uma questão de escolha. E eu escolhi que um dia ruim tem que durar exatamente um dia. Eu sabia que meu dia ia ser uma bosta desde a noite anterior, não sabia? Então, pronto. Arruda, incenso, chocolate e Beethoven. Olho gordo, tchau e bênção! Minha carne é muito nobre prá servir de comida prá abutre. Xô! Chega de diálogos inúteis, uma noite mal dormida que se cure com outra bem dormida, a greve que se exploda e o relógio que apareça! Se não aparecer também, um dia compro outro; na falta a gente treina contando elefantinhos e aproveita prá perguntar as horas prá pessoa mais bonita que estiver por perto. O colo? Quem sabe na próxima, não foi dessa vez que acertaram o caminho; não foi dessa vez que abri as portas.
E enquanto eu me entupo de chocolate, Maurizio Pollini esbanja suas semicolcheias magistralmente pelos cinco concertos prá piano de Beethoven. Filarmônica de Berlim no palco, Claudio Abbado na regência. Um desbunde!
Cada um sabe dos seus surtos. Ou deveria.
Você sabe que não deveria ter saído da cama quando:
– Vai dormir às 3h da matina.
– Tem sonhos estranhos e um sono intermitente.
– Acorda às 6h.
– Tá frio.
– Tá chovendo.
– O teu humor não tá das coisas mais lindas.
– Você vai prá Campinas e a faculdade entrou em greve.
– Tua professora não está em greve, mas a aula é lá no fim do dia.
– O treino do almoço foi inspirado no moleque americano recordista em natação.
– Teu corpo dói.
(Já disse que tá frio? Pois tá ventando também. E a piscina é descoberta.)
– Você esquece o seu relógio, filho único de mãe solteira quase virgem, pendurado na baliza da piscina.
– E ninguém sabe ainda, ninguém viu.
Sabe a nuvenzinha do coupé mal-assombrado?
Se alguém me disser que podia ser pior, morre. É.
Prá relaxar. Porque ninguém merece, depois de apenas uma semana e três encontros, depois de dois dias longe de casa numa correria dos infernos, depois de ensaio, depois de concerto, depois de acordar cedo, depois de dormir tarde, ligar todo cheio de amor a dar prá ser questionado, antes de quase mais nada, acerca do perfil no site de encontros que, por sinal, já existia — “será?” —, por que não ligou a cobrar se tava sem crédito — “será?” —, se a casa onde se hospedou é de um amigo mesmo — “será?” —, num tom tão calmo e inocente quanto o de um interrogatório de uma testemunha num tribunal que, aliás, não tem por que se irritar pois, afinal de contas, isso é só um questionamento natural e não se pode ser tão inflexível; não fique desse jeito, tome um banho quente, vá descansar, você precisa dormir, não sei como você agüenta essa rotina louca, me dá um beijo, vai, mais um, não seja assim, durma bem…
Eu posso estar enganado, mas não é assim que geralmente as coisas terminam? Deve ter um meio menos suicida de começar um relacionamento; assim é loucura! É como criar um touro dentro de um aquário. Ou então sou eu que não tenho base ou abstração suficientes e vejo tudo como um surto emocional permanente.
Sei não. Ao menos as teclas do piano sabem ser românticas. Obrigado, Barenboim.
Dia de limpeza emocional e abertura mental para os taurinos, que ficam mais seguros e aptos a se relacionar numa base de compreensão. A intuição e a sensualidade estarão em destaque no final do dia. Contatos sociais e amorosos profundos e gratificantes. Ouse mais! (Barbara Abramo, domingo, na Folha)
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Concordo. Aproveita então e tira essa pulguinha detrás da minha orelha porque, por mais desencanado que eu esteja, alguns sinais são inconfundíveis. E vou te contar um negócio: se a cada noite de lua vier uma aurora de trovões — não os meus, que fique claro —, se cada parto tiver que ser na base do fórceps, eu tô fora! Não banco, não quero; não, muito obrigado. Para cumprir papéis em mim tão inadequados não subo ao palco, não faço cena. E cuide o tempo dos seus desígnios que eu de estresse já tenho os meus e por ora eles me bastam.
O que as pessoas querem, afinal? Um anjo, um puto, um amigo, um amante, um amor? Cada um, pelo visto, vê o que bem entende. Amor, meu grande amor, as fantasias só funcionam na cama e no carnaval! Não, eu não vou crucificar o meu desejo como se fosse o Cristo dos desejos alheios; de onde vem essa mania humana de expiar através do outro o que há em si? Carrego-o dentro de mim e ele é só meu; faço-o claro, mas cabe a mim entendê-lo, observando novamente a natureza das minhas escolhas. Como é que me disseram? Que eu tenho “um rosto sorridente, leve, e ao mesmo tempo com uma densidade profunda no castanho dos olhos”. É mais certo do que preciso.
Mas não é nada. Isso não é nada, apenas ruminescências de um touro, um tanto ferdinando, solto no pasto.
Uia! E não é que os céus ouviram? Aleluia!
Eu vou prá Maracangalha, eu vou…
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Murphy, dá o dedinho, dá?
Ó dor, ó dor…
Martírio deste meu pobre coração que se confrange ante a cruciante provação que me é imposta. Ó céus, ai de mim! Destino ingrato! Por que me dás a graça que não posso aceitar? Família Caymmi, na faixa, justo em dia de concerto? Ah, cruel… Faz-me sofrer. Estou contrito.
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Murphyfilhodaputadocaralhomalditodesgraçadovaicuidardatuavida!!!
Dueto para cafuné em sol (ainda) menor.
Tem dia que se eu fosse rico prenseteava o mundo! Não posso passar numa livraria, numa loja de CDs ou banquinha de camelô que eu já encontro bem uns cinco presentes diferentes prá dar, numa olhada — e dói deixá-los, como filhotes abanando o rabinho. Sabe assim quando você vê o nome da pessoa ali escrito? Pois modéstia à parte eu bem que acerto. O que fode é essa maldita penúria estudantil porque não precisava muito; que sobrasse um pouquinho a cada mês, eu já teria feito muito sorriso destravar por aí. É tão bom dar presente sem motivo ou data certa!
Então dou o que há em mim: pensamentos que embrulho em sentimentos brilhantes e coloridos; entrego o meu sorriso.
Faz meia semana, mas eu já tô morrendo de saudade; parece que faz um mês. É só saber que não tá aqui perto prá imediatamente a gente sentir falta de alguém?
Há os que dizem que nasceu loira. Há ainda os que dizem que nasceu emburrada. Provavelmente vai dizer que nasceu velha, mas isso é pura e taurina teimosia. Sem dúvida nasceu linda e seus olhos carregam uma luz de noite londrina; uma luz de passado poético, misterioso, um quê de conto de fada. Não importa. Eu sei que não importa, pois na verdade, no fundo e essencialmente, ela nasceu amando. E foi desse amor inato e ansioso que brotou a força de cada abraço, cada beijo, cada foto; sob o filtro de um olhar apaixonado.
Beth, meu amor, muitos flashes no seu FELIZ ANIVERS�?RIO!
Prá falar a verdade, é um erro tão crasso de estratégia que eu não sei nem por onde começar. Vamos aos fatos, então.
Quem me conhece e conhece esse blog já sabe que eu era um defensor ferrenho do Movable Type que, aliás, é uma ferramentazinha de publicação do caralho. Meu único senão com o MT foi um bug decorrente da mudança de codificação de caracteres dos meus posts prá utf-8, coisa absolutamente normal num software desenvolvido por quem não usa acentos. Tão normal que eu esperava ansiosamente pela próxima versão do dito que, certamente, traria as pequenas correções necessárias para o problema. O que eu não esperava é que o pessoal da Six Apart tivesse o surto psicótico de cobrar uma exorbitância pela versão 3.0. E qual é o grande carro chefe da versão? Um sistema de autenticação gratuito — sabe-se lá deus até quando, pelo andar da carruagem — prá comentários e uma interface super, hiper, ultra, mega lindinha. Em uma palavra: perfumaria.
Ora pois, notaram que eu disse era lá em cima? Era, do verbo fora, de um pretérito bem grandão! Tá escrito im-be-cil aqui na testa do rapaz, por acaso? Com certeza eles acham super normal cobrar US$100,00 por uma licença de usuário não-comercial se você quiser ter mais que um usuário e três blogs. Não muito mais, que fique claro. E olha só, já sumiram com a versão 2.661 lá do site — opa! nossa senhora, como é que esse arquivo veio parar aqui? que coisa… :P — que era bem boa, inclusive. Por que será, hein?
Então ficamos assim, esses doidos achando que tão podendo enquanto cavam a própria cova e eu aqui dando uma olhada no WordPress que é bem interessante… Uia! Ele importa os posts do MT. Uia! Usa MySQL e PHP — no rebuilds! Uia! Montes de coisinhas.
Foi bom enquanto durou. Hasta la vista, Movable Type!
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Isso aqui merecia um adendo. (a) O MT continua sendo uma puta ferramenta, por isso mesmo deixei a última versão gratuita disponível. (b) Se você não precisa de mais do que a versão gratuita do MT 3.0 oferece então vai fundo, não vai se arrepender (mas eu não coloco mais a minha mão no fogo pela política da empresa). (c) O pessoal da Six Apart tem todo o direito de cobrar pelo extenso trabalho de desenvolvimento do seu produto, mas, (d) como eu disse, é um erro estúpido de estratégia de mercado, pois (e) eles não deviam ter anunciado com tanto alarde a nova versão, muito menos dito (e foi dito) que ela seria gratuita. (f) E se a empresa perder credibilidade desse jeito junto aos seus usuários justo agora, fodeu. (g) Usuário traído é um bicho ruim que só, inclusive eu.
I was sick and tired
of everything
when I called you
last night from Glasgow
all I do is eat
and sleep and sing
wishing every show
was the last show
so imagine I was
glad to hear you’re coming
suddenly I feel all right
and it’s gonna be
so different when
I’m on the stage tonight
Tonight the
Super Trouper
lights are gonna find me
shining like the sun
smiling, having fun
feeling like a number one
tonight the
Super Trouper
beams are gonna blind me
but I won’t feel blue
like I always do
’cause somewhere in the
crowd there’s you
Facing twenty thousand
of your friends
how can anyone
be so lonely
part of a success
that never ends
still I’m thinking
about you only
there are moments when I
think I’m going crazy
but it’s gonna be alright
everything will be
so different when
I’m on the stage tonight
Tonight the
Super Trouper…
So I’ll be there
when you arrive
the sight of you
will prove to me
I’m still alive
and when you take
me in your arms
and hold me tight
I know it’s gonna
mean so much tonight
Tonight the
Super Trouper…
Quando criança eu ouvia músicas sem nem saber de onde eram, quem cantava, quem escreveu. Aliás, esse é um hábito que perdura; precisou sempre muito pouco prá uma música se fixar no meu ouvido, e lá ia eu cantando em idiomas às vezes um tanto bizarros — o tema do coral da Nona Sinfonia de Beethoven (uma ode à alegria) minha mãe diz que eu cantava sem nem saber falar direito, pois era o tema da abertura de uma novela; algo assim. Mas eu sempre gostei de arranjos vocais. Não importava se era brega, mpb ou erudito, eu gosto do trabalho com vozes, a combinação de seus timbres, e eu me lembro muito bem dessa música numa fita cassete velha da minha prima, na casa da minha avó, o baixo brincando com as palavras “super trouper” no refrão, as vozes femininas fazendo acordes fechados no agudo.
Muito tempo depois fui descobrir que era ABBA. Mas muito tempo mesmo, acho que eu já era quase adulto. E, ora vejam só, provavelmente isso (ou ela) explica muita coisa, não? You can dance, you can jive…
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Claro, tudo isso é pretexto prá lembrar todo mundo que hoje à noite tem o concerto de estréia do Audi Coelum, o primeiro de uma série de três repertórios e seis concertos; dá prá imaginar a maratona? Então, às 20h30 da noite você poderá conferir o nosso esforço lá no Mosteiro de São Bento. Sim, porque você não quer perder a oportunidade de ver aquela abadia se encher harmoniosamente de vozes — quem sabe a sua própria voz vibrando internamente —, nem de escutar um dos mais extraordinários órgãos de tubos (alguns milhares deles, de fato) de São Paulo, construído especialmente para aquela arquitetura. Ou quer?
Bem que me esforço um bocadinho prá me tornar uma pessoa menos alienada. Mas tem dia que o jornal não ajuda; é um desgosto só! Já o primeiro caderno tava uma coisa absolutamente primorosa, de dar crise de choro em coveiro.
Virando a primeira folha, um lindo texto do tetraneto de Dom Pedro I, que pensa que é nobre — onde esse povo acha que vive, hein? —, discorrendo sobre as agruras que hoje sofre a TFP: “Não há mister de uma especial argúcia política para discernir a quem interessa, agora, o silenciamento da TFP no quadro ideológico do Brasil.” Alguém dá um enxadão prá esse desinfeliz, faz favor? Manda ele cortar cana no pró-álcool já que ele tá assim tão preocupado com o progresso do país.
Virando a segunda folha, aquela história do jornalista do New York Times. *Suspiro*. Não bastava o jornal publicar uma materiazinha de caráter tendencioso e mal fundamentada, tinha o governo que dar uma de criança birrenta e dona da bola justo agora. Já não tem polêmica o suficiente? Companheiro, veja bem, era só desacreditar a capacidade obviamente rala do cidadão de discernir a realidade do próprio país da do resto do mundo, ao invés de dar argumento pro povo sair por aí dizendo “tá vendo, mais um Hugo Chávez!”
Tá pensando que acabou? Esta doeu particularmente: Maluf se lança candidato à prefeitura na segunda-feira. A essa altura cortar os pulsos seria perfeitamente compreensível; os dele, claro, prá que nunca mais escreva declarações inflamadas de inocência e corretude, tampouco assine qualquer outro documento de banco suíço. Aliás, eu espero que ele não consiga mais limpar nem a bunda, o que dizer da própria barra.
Daí ainda temos um civil americano degolado por insurgentes no Iraque — o que diabos esse doido tava fazendo lá, meu deus?! —, uma bandalheira nos depoimentos do Pentágono sobre os casos de tortura, freiras de Boston acusadas de abusos sexuais contra alunos surdos — depois o tarado sou eu… — e ONU investigando abusos sexuais cometidos por sua missão no Congo. Mas que beleza! Até o cachorro vai ficar com medo de fazer cocô num jornal desses; ainda bem que eu sei usar a privada.
Ah, esqueci! Tem a foto de um cartaz da Nicole Kidman em Cannes, bem na capa. Os impossíveis olhos azuis da moça tão fora de esquadro; tá parecendo a Brenda de Barrados no Baile, lembra? Ainda por cima detonam meus paradigmas de beleza. Eu não vou nem olhar as fotos do Bernal prá não correr o risco!