Auto-bofetadas

Chega! Pára! Já deu!
Nem eu agüento, autocomiseração é demais pra minha cabeça.
Dá licença que eu vou ali fora contar estrelas, pedir bênção pra lua.
E de uma vez por todas: felicidade é exercício, criatura!

S.O.S

Gritos de socorro são sempre ridículos.
Ainda mais pra mim que sei nadar — mas cadê a praia?

E antes que eu me esqueça…

…porque eu já me esqueci de dizer que sábado foi aniversário da irmã — mas não me esqueci dela! —, que há, sim, luz por aí, sei lá onde, que semana passada eu fui à Sala São Paulo duas vezes, a gentil e amigo convite, ver a Orquestra de Câmara da OSESP tocar os 6 Concertos Brandemburgueses de Bach — muito bom, e o cravista era um figura, mas eu prefiro com instrumentos de época — e que, sei lá, mil coisas, enfim:

Feliz Dia dos Músicos, ou dia de Santa Cecília, padroeira da classe, de quem não posso dizer que seja devoto, já que eu sou um fiasco neste quesito, mas a quem, junto de São Francisco de Assis dos bichinhos, sou um tanto tendencioso. É isso.

Ave Maria

+

Mãezinha do Céu,
eu não sei rezar,
eu só sei dizer,
que quero te amar.
Azul é teu manto
e branco é teu véu
Mãezinha, eu quero
te ver lá no Céu.

Um dia eu aprendo que, quando eu sinto vontade de ficar quieto, isso é porque é pra eu ficar quieto, que o que dói nem sempre machuca, e que o contrário, às vezes, sim, pra mim também.

+

A vida sempre foi e sempre será cheia de erros e acertos. O que me agonia são esses períodos de não-tempo, quando não sei se erro ou se acerto; às vezes não sei se sou.

+

Vocês já tiveram a sensação de não se reconhecerem por um segundo? Não digo em atos e gestos, digo no espelho, no corpo. É como se, por um instante, ficasse cruelmente claro que aquilo não é você, aquele não é teu corpo, nem tua vida; não há vida, tudo não passa de uma simulação que recebeu um sopro de consciência. E de repente passa, tudo é físico e de novo ao seu redor, mas a sensação de inadequação tarda um pouco a se esvair.

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Saudades de vó. Às vezes, quando nada tem solução (nem problema), me dá uma saudade da minha vozinha, mãezinha ao quadrado, a minha Yolanda, vó Landinha. Talvez por eu ter crescido quando era já ela bem velhinha e quase menina novamente, sua imagem sempre me vem imbuída de uma doçura atemporal, incondicional, permanente. Tem dias que só a memória salva, essa eternidade em movimento.

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Uma coisa, assim, MadreDeus.

+

Hoje é dia de concerto e minha alma (sempre) canta, bem ou mal.

Reclame (pra quem quiser me ver cantar)


Música na Capela Sistina durante o Renascimento
Alma redemptoris mater Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594)
Missa Papae Marcelli
Kyrie
Gloria
Sanctus
Benedictus
Agnus Dei I
Agnus Dei II
Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594)
Ave Maria Jacob Arcadelt (c.1505-1568)
Alleluia, Christus surrexit Felice Anerio (c.1560-1614)
Peccantem me quotidie Cristóbal de Morales (c.1500-1553)
Miserere Gregorio Allegri (1582-1652)
Veni Creator Spiritus Furio Franceschini (1880-1976)
Canto para a Festa de Santa Cecília Pe. João Lyrio Tallarico (1922)
Motete à Virgem Santíssima e Mãe nossa queridíssima Pe. João Lyrio Tallarico (1922)

20 de novembro, sábado, 20h
Capela do Colégio Nossa Senhora de Sion

Av. Higienópolis 983 – Higienópolis (São Paulo – SP)

22 de novembro, segunda-feira, 20h
Paróquia Santa Cecília

Largo Santa Cecília s/n – Santa Cecília (São Paulo – SP)

ENTRADA FRANCA
Para maiores informações, visitem a agenda de concertos no site do Audi Coelum.

orkut – Fulano has written you a scrapbook entry

“Fulano has scribbled in your scrapbook. To read the new entry, visit orkut.”
Eu tento! Juro que tento! Digo mais, até respondo quando aquela porra deixa.

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Espera é algo que acaba comigo. Numa sociedade perfeita tudo deveria ser definido e (in)deferido imediatamente, até sentenças de morte. Mas não haveria sentenças de morte numa sociedade perfeita.

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Se o telefone tocar mais uma vez eu enfarto.

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Folheando o jornal — Turismo. Não consigo imaginar agora uma maneria mais sem graça de passar as férias do que num cruzeiro marítimo. Pensa quantos dias de férias a gente joga pela janela, ou melhor, pela escotilha, dentro de um navio, vendo o mar, mas sem poder entrar no mar. Pra quê? Pra gastar dinheiro em cassino, no mesmo restaurante todos os dias e em noites temáticas de duvidoso embasamento cultural? Obrigado, prefiro turismo in loco. Ou na louca, se preferir.

+

Meu estômago já passou das tradicionais cambalhotas para o triplo mortal carpado, barras assimétricas, salto sobre o cavalo e bungee jump. Resta saber se vai cair de bunda no tablado ou de quina pra lua.

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Cinqüenta por cento. Tudo se resume na meia probabilidade de sim ou de não. Ou é, ou não é. Mas a gente morre mesmo é no talvez. Odeio estatística!

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Eu queria conseguir pensar em apenas uma coisa de cada vez. De preferência, no ciclo reprodutor dos Sula nebouxii, os atobás de pés azuis, dos Galápagos. Ficar observando seus ninhos nas pedras e sua rotina de mergulhar no mar pra pescar.

E mais nada.

Vigília

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É como o fôlego preso
diante da chama
que balança

Assim é a alma
que não se apaga
diante do palco

Uma punheta por dia torna a vida sadia

Estudo australiano aponta que pornografia faz bem à saúde.
Pronto, institucionalizaram a punheta! :D Eu me divirto com as notícias do Mixbrasil: “De acordo com um estudo promovido pelo governo australiano, há uma nova maneira de se livrar do médico: pornografia”. É já, não demora, e inventam um novo condicionador pra palma das mãos, vei vendo.

Mas o melhor mesmo é que tem um estudo por trás (opa!), das Universidades de Sydney e de Queensland, Austrália (opa de novo!), corroborando. Segundo eles, “a pornografia ensina os adultos a ficarem mais relaxados sobre sua sexualidade, torna os relacionamentos mais saudáveis e faz com que as pessoas conheçam mais sobre os prazeres alheios”. Válido, muito válido.

+

A criação de manchetes deve ser uma arte: “Forças Armadas do Peru permitirão sexo homossexual”. Quem escreveu isso é um gênio! (Eu e minha mente suja… :P)

Pobre de marré de si

Impressionante. Sempre que eu entro na FNAC eu sofro. Mas não é uma dorzinha à toa, é um martírio visceral, profundo, pungente… Por que tudo tem de ser tão caro?

Tá, eu não sou pobre. Eu tenho o que comer, onde morar, tenho estudo, etc. Mas veja, eu sou músico, certo? Ainda por cima, erudito: cantor e regente. A música dita “clássica” — sem referência ao período histórico aqui — é o meu objeto de estudo. E como toda área de estudo, necessita de muitas fontes confiáveis. Certo? Pois bem.

Vocês têm idéia do quanto custa qualquer edição crítica de uma partitura? Caro, bem caro. De orquestra, então, não se assute com uns 300 dólares. Daí que, pra piorar, eu paro em frente à estante de CDs de ópera (só pra ter uma idéia) de uma loja como a FNAC e tenho vontade de chorar, já que o álbum mais baratinho não sai por menos de 100 mangos! Se expandir esse escopo pra música clássica como um todo, danou-se! Eu fico pensando como se vira alguém que resolve estudar, por exemplo, joalheria. Quanto será que vale um diamante “para estudo”?

Então, se você tá assim, bem de vida, quer me agradar neste Natal, já sabe: passa lá e escolhe qualquer coisa, de olhos fechados; dificilmente vai errar.

Gauchesco

Ê morena quem temperou,
Cigana quem temperou
O cheiro do cravo
Ê cigana quem temperou,
Morena quem temperou
A cor de canela
A lua morena
A dança do vento
O ventre da noite
E o sol da manhã
A chuva cigana
A dança dos rios
O mel do cacau
E o sol da manhã
(Milton Nascimento)

Ser assim, de cravo e canela
E ter na boca vermelha
Tanto o lábio doce
Quanto a língua apimentada

Ter a vida por estrada
E a lua como companhia
Mesmo sendo bicho da terra
Ter a alma estrelada

Ser alegre, livre e louco
E também um pouco triste
Pra fazer da própria agonia
Elo com a beleza que existe

FELIZ ANIVERS�?RIO, LUCA!

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo

Comprei canetas coloridas. Sabe aquelas da Stabilo, com jeito de lápis sextavado, de ponta fina e porosa? Adoro! Mas nunca compro porque as danadas são caras demais. Daí que eu fui almoçar com um amigo no centro, embucetei com o tempo chuvoso — fino, não? — e me enfiei numa daquelas papelarias. Pra quê? Bem quinze minutos me decidindo sobre quais as cinco cores que eu levaria. Sim, porque se eu não puser um freio na compulsão levo uma de cada — papelaria é a minha perdição! E ficamos assim: vermelha, verde, marrom, azul e roxa; todas escuras, pra escrever. A amarela, infelizmente, não veio. Se já tem vez que eu escreva pra ninguém entender, avalie em amarelo claro!

O sol permanece então como hoje: conceitual, mas aquecendo o plano amarelo e quente das idéias, quiçá do porvir, para que eles não morram de frio.

Me geek, you Jane!

Aleluia! Saiu a a versão 1.0 (não mais beta) do Firefox!
Adeus, Internet Exploder! Vê se morre.
Você usa esse lixo? Eca! Tenho nojo de você! :P
Sabia que este blog fica muito mais bonitinho no Firefox?
Sabia que ele é melhor? Mais confiável? Mais seguro?
Sabia que ele bloqueia os malditos popups?
E que diabos tá esperando que não instalou ainda?

+

Pronto, já fiz a propaganda, vou pro céu dos softwares livres.
Ou pelo menos não vou pro inferno da Microsoft. Tá valendo!

E agora dá licença que eu vou continuar na minha saga dramo-sentimentalóide.
Desracionalizar é preciso, nem que seja na base dos surtos.

That lonesome road

— Quem se apaixonar por você vai ser muito feliz!
— Só se eu me apaixonar também.

Duas frases, um estrago e tanto. Não, um estalo e tanto. Gatilho. Estrondo de onda quebrada de mar em ressaca. Fim do mundo. Beira da estrada. Ou tudo. Ou nada.

O que foi feito de ti, Amor? Em qual escuro recôndito eu lhe enfiei? Em que tempo esquecido lhe perdi a chave? Bato no peito e é pedra oca que ressoa; eco de poço profundo, insondável, frio, moribundo. E a dor do nada é como uma fisgada aguda, um rasgo na alma, capaz de me arrancar com força por um segundo da existência.

Choro no trânsito, um choro sem rosto além do meu; choro pequeno, de conversa com perguntas e (sempre) sem respostas, com pequenas lágrimas de um veneno amargo que me calcinam as faces. Pouco a pouco não tenho mais dúvidas, é como se elas desistissem e apenas fossem embora, como que abandonadas pelo tempo, cansadas de duvidar. E eu fico. Cada elogio agora é sentido como faca. Cada vez que me perguntam ao coração hoje eu penso em morte e sacrifício — sou como algum fanático enlouquecido atrás de redenção. E no entanto, recuso-me, eu não! Mas o não da inexistência me dói mil vezes mais do que o não da negação.

E como tudo passa eu sei que um dia tudo isso passará e, talvez, o nada bastará. Não acredito mais em desígnios divinos e prometida bem-aventuraça — tudo é tão certo aos olhos alheios, ou talvez pleno de desejo e boa vontade; já eu… vou dizer apenas que não sei. Não posso mais viver de expectativas, contudo elas parecem não poder viver sem mim. É como um velho pássaro estúpido que busca o ninho cuja árvore o tempo arrancou durante a tempestade. Ou solidão. Ou não.

Inutilia

A última gracinha dos spammers deste blog tem sido deixar os usuais comentários perdidos por aí, mas com links a nenhum domínio válido, sites que sequer abrem, apenas mensagens assim: “Google linked me to this page, nice reading”.

E eu me pergunto, já que é óbvio que nice reading meu cu, pois o blog está todinho em português, o que esse povo afinal quer da vida? Um spam que ninguém vai ver, que não leva a lugar nenhum e portanto não gera tráfego em sites de putaria, não vende Viagra ou quaisquer desses super remédios… nada. Há algum novo conceito subversivo ou genialmente revolucionário de spam rolando por aí, algures, que minha parca inteligência deixa escapar, ou esse povo é meio cretino mesmo?

Ainda é ainda

Foi muito bom. Aquela alegria tranqüila de ver de novo que teus olhos brilham e o teu sorriso ilumina o mundo — a luz que eu carreguei com saudade daquela tarde, quando eu parti e você ficou. Melhor que isso foi te ver bem, caminhando — você cresceu, e vai crescer ainda mais. E que da paixão, o carinho permanece, ainda.

Sapolândia

frogland.jpg

Eu avisei que eu não posso ter uma câmera nas mãos, agora agüentem!

Uma amiga uma vez me disse que eu sempre narrava as coisas como se fossem desenho animado. Pois eu olho agora pros meus sapinhos e não consigo deixar de imaginar um daqueles grupos vocais a cappella de antigamente que cantavam aquelas músicas melosas, todos agrupados em volta do microfone, também antigo. O sapão fazendo o baixo, claro, e os outros três arrasando no vocal. Quase dá pra ouvir eles cantando a introdução: tchu, tchubidu, tchubidu, uauaaá…

Quase dá pra me enfiar numa camisa de força também, mas isso é detalhe.

Quem pariu Mateus que o embale

O que me deixa virado do avesso com essa história das eleições americanas não é nem aquele povo ter votado em quem votou — salvo as exceções, ô mentalidade escrota, hein? —, mas o fato de não-americanos se foderem com isso. Se eles se acham no direito de “cuidar” do resto do mundo à revelia, então que façam eleições internacionais! — taí, até que não é má idéia…

Aliás, lembrei de uma coisa. Sabe aquele tipo de marido que morre de medo de ser traído? O que lhes parece? Culpa no cartório, né? Pois é.

E eu ia comentar a demonstração absurda de arrogância daquela besta apocalíptica — que não deixa de ser reflexo da mentalidade do próprio povo de lá — que tem saído no jornal, mas se é pra ficar deprimido, que seja com humor, via e-mail:

— Pai, por que o nosso país invadiu o Iraque? — perguntou Billy, de 8 anos.
— Lá tinha armas de destruição em massa.
— Mas a TV disse que os inspetores não acharam nada.
— Os iraquianos esconderam. E nosso governo sabe que invasões funcionam mais que inspeções.
— Se tinham tais armas, por que não usaram quando atacamos?
— Para que ninguém soubesse que eles têm as armas. Preferem morrer a defender-se.
— Como um povo pode preferir morrer a defender-se?
— A cultura deles é diferente. Preferem morrer e ir logo para junto de Alá. E lembre-se que Saddam Hussein era um cruel ditador.
— Como cruel?
— Torturava e matava gente.
— Como na China comunista?
— A China é diferente, seu povo trabalha para as nossas empresas, reduzindo os custos da produção e aumentando os nossos lucros.
— Mas a China não é comunista?
— É.
— E os comunistas não são maus?
— Só os comunistas da Coréia do Norte e de Cuba, que prendem e torturam gente.
— Como fazemos em Bagdá?
— É diferente. Nós prendemos e torturamos em defesa dos direitos humanos e da liberdade.
— Foi o que fizemos no Afeganistão?
— Lá foi por causa do Osama Bin Laden.
— Ele é afegão?
— Não, é saudita.
— Como 15 dos 19 seqüestradores suicidas do 11 de setembro?
— Sim.
— E por que não invadimos a Arábia Saudita?
— Porque o governo de lá é nosso amigo.
— Como era Saddam em 1980, ao combater o Irã?
— Sim, quem combate o nosso inimigo é nosso amigo.
— E por que temos inimigos?
— Porque muitos povos têm inveja de nosso progresso.
— Mas, pai, inveja não é problema do invejado?
— O invejoso de hoje pode virar o terrorista de amanhã.
— O que é um terrorista?
— É uma pessoa que não pensa como nós pensamos.
— Mas não defendemos a liberdade de opinião?
— Só a que não vai contra a nossa opinião.
— O Iraque nos atacou?
— Não, mas agora fazemos guerras preventivas, evitamos o mal antes que a semente dele caia na terra.
— Nós é que produzimos as armas empregadas nas guerras?
— Boa parte delas, pois a guerra favorece a nossa economia.
— Quer dizer que ficamos ricos às custas da morte de outros povos?
— É a lógica do mercado.
— Mas, pai, uma vida humana não vale mais que um míssil? Não foi isso que você me ensinou?
— Teoricamente sim, mas na prática não é assim. Para o mercado, só tem valor a vida que está dentro dele, a do consumidor.
— E as outras vidas?
— Filho, nada em excesso é bom. Muito vento causa furacão; muita água, enchente; muitas bocas, fome.
— Quer dizer que nós matamos como Saddam e o Talibã matavam?
— Nós matamos a favor da liberdade; eles, contra.
— Inclusive crianças como eu?
— Você não é como elas. Não temos culpa de os nossos inimigos terem filhos.
— Deus aprova isso?
— Sim, nosso Presidente fala diretamente com Deus.
— Como assim?
— Ele escuta a voz divina em sua cabeça. Deus o elegeu para fazer a guerra do Bem contra o Mal.
— Mas Deus e Alá não são a mesma pessoa?
— Billy, chega de perguntas. E, por favor, não confunda o nosso Deus com o deles!
(Diálogo entre pai e filho, Frei Betto, no Correio da Cidadania)

Kill Billie

O telefone toca:
— Alô!
— Alô, Gui? Aqui é o…
Eu vou arrancar o teu couro, cachorro!!!

Com um início de diálogo desses a gente vê que essa história tem futuro.

Ok, placar zerado — mas a vantagem é minha! Tua carteirinha está comigo.
Venha sozinho, à meia-noite. Nada de truques! Se chamar a polícia, ela morre.

A pulga e a orelha

Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão

Acho que vou abrir uma confeitaria: levar bolo tá virando a minha especialidade. Não vou nem comentar porque, se eu começar, agora, a coisa vai ficar feia demais.

Bienal

Vem cá, tá rolando uma falta de criatividade nessa história, não tá? Pra quê tanta instalação com vídeo? É projeção aqui, ali, multiprojeções pra tudo quanto é lado! Qualé?! Exigência de patrocinador, a Bienal virou ponto de venda de home theatre?

Da próxima vez eu sugiro um exercício de criatividade, que nem aqueles que a gente tinha na escola, lembra? Crianças, não pode usar vídeo, tá? Virem-se!

Eleições

Agora é que eu quero ver se tucano voa mesmo ou se é só bom de bico.

Vou dizer que tô feliz não, seria mentira. Mas vou dar aqui meu voto de confiança… Não, voto não, que eu votei mesmo foi na loira, claro. Enfim, vou dar aqui o benefício da dúvida, mais por esperança, que afinal esta é a minha cidade, do que por crença propriamente dita; em política, só acredito no que vejo.

Muppet babies

Esta é a patota do micro. Digam olá, crianças!

Primeiro o sapo. Ele não tem nome, mas tem função. A primeira é segurar o microfone em cima do monitor. A segunda tem a ver com as inscrições místicas nas suas costas, pra eu me lembrar que sapos não são coisas que devam ser engolidas.

Agora o gato. Ele também não tem nome. Minha irmã disse que ele é um gato vira-lata — ha… ha… ha… —, mas, olhando bem, eu acho que ele tá mais pra uma lata vira-gato — como vocês podem ver a infâmia é de família. O que importa é que eu salvei o bichano de três bestas selvagens e peludas de uma selva distante. Elas quase arrancaram o seu pezinho. Ô, coitado! Agora ele fica aqui em cima da mesa, brincando com o mouse — cara, eu me supero a cada parágrafo, um espetáculo!

E por último o touro. Ele é pequenininho, sorridente e animado — os bracinhos, ê! — mas não se iludam, vejam o tamanho dos chifres da criança! Ele é bom de cabeçadas. E também é narigudo — qualquer semelhança é mera coincidência. Na realidade, ele era um touro-ímã-de-geladeira, mas ficar o tempo todo grudado na geladeira é um perigo pra silhueta da pessoa, e ele se mudou pro computador também porque aqui é muito mais interessante; as pessoas lá eram muito frias — alguém me dê um tiro, rápido! O nome? Sim, ele tem nome. É Ferdinando, óbvio! ;)

Duas rodas, uma viagem

Pedalando, pedalando
Pedalando com a Caloi
Pedalando, pedalando
A poupança nunca dói

Sim, eu via Os Trapalhões, todo domingo, quando ainda valia a pena. É nozes!

De casa ao Ibirapuera em 25’33″48. É, a boa forma ainda não está de todo perdida, ainda bem. Já o juízo, não garanto — larguei-o na tangente de alguma curva mais fechada, junto com o pulmão. Hoje, né, que durante o feriado periga eu matar umas cinco criancinhas, dois ou três pais mais lesados e um par de poodles.

E instalaram (digo, uns dois ou três, se muito) aqueles totens que nem tem nas praias da zona sul do Rio. “Cuca fresca”? Pois, quem sabe aqui sirva pra alguma coisa porque, naquele calor carioca, a fumacinha d’água só serve pra tirar areia do olho. Ainda assim, eita porra, que saudade! Meu coração ainda bate por lá.

(Des)armadura

E no entanto, fez do desconsolo um aprendizado. De qualquer forma, sorriu como se fosse o dia a última chance de ter sua noite de estrelas. Fez como se houvesse no também riso outro um maior encanto. Deu-se então do seguro silêncio conformado à dita insegurança. E foi feliz: “Vamos ao cinema?”.

Fazendo gênero

E não é que teve quem viesse com gracinha porque uma ou duas canções do repertório tinham um protagonista feminino? Ai, que coisa mais insegura! Minha diversão nessas horas é quebrar a piadinha (e o piadista) no meio: “Ora, mas quem garante?” — sorriso enviesado, olhar oblíquo e dissimulado, um quase desejo encenado (ou não) e um prazer sádico em ver neguinho perder o rebolado.

Se Chico Buarque pode cantar Joana Francesa, Maninha, ou mesmo Tatuagem, vai dizer que eu não posso? Essa é boa! Vê se me deixa! Vai comer açaí, vai! Tomar Caracu com ovo (ai, credo!) pra ver se te salva.

Sinais de crise

Acabou de passar um morcego voando pelos quartos aqui de casa! Mas é dia!
Pra vocês verem como anda a coisa. Será que até morcego agora faz hora extra?

Canta a canção do homem

E se, de repente
A gente não sentisse
A dor que a gente finge
E sente
Se, de repente
A gente distraísse
O ferro do suplício
Ao som de uma canção
Então, eu te convidaria
Pra uma fantasia
Do meu violão
(Chico Buarque)

Passou, viu? Tá passando, sempre passa. Não que não fosse importante — e o era, muito! —, mas foi o que foi de bom — que não é pouco — e de ruim também; um não tem o poder de apagar o outro. E eu digo ainda bem. Não fosse assim, viver não teria sentido, pois seguiríamos buscando o que é bom apenas para enterrar o que não é, e deixaríamos o ruim afogar o que nos faz bem.

Eu não, eu sei nadar. Engasgo, mas sigo: revirando a noite, revelando o dia, trabalhando a terra, entornando o vinho, preparando a tinta, enfeitando a praça, cantando mais a minha santa melodia.

Resumo da ópera

É dia 25 de outobro de 2004. Chove. Pelo visto choveu muito. Não importa, o auditório está cheio, incrivelmente cheio pra uma segunda-feira chuvosa na hora do almoço. Familiares, amigos e muita gente desconhecida também. Um tenor anda pra cima e pra baixo conferindo os detalhes; ele cuidou pessoalmente de cada um deles: cartazes, programas, luz, áudio, vídeo, a afinação do piano, tudo mais do que pronto, a voz mais do que aquecida — tinindo! —, o repertório, maravilhoso, mais do que na ponta da língua. É o dia, é a hora, é agora: faltam 4 minutos, é hora de ir pra coxia. Ele está confiante, ele está feliz. Não, radiante! É o seu recital de formatura, é o seu orgulho, é o fruto de um trabalho diligente. É um, é dois… e puf!

Acabou a luz.

Faltando 4 minutos pras 12h30min, acabou a luz. Não, eu não tô brincando. Não, não é piada, não tem graça! Eu vou pular a parte da angúsita, da frustração, do desconsolo, da revolta, da espera, do dilema entre aguardar ou adiar — o auditório não tem mais datas disponíveis, os familiares vieram de São Paulo só pra isso, a professora insiste —, mas 3h (é! três horas!) de blecaute depois o que sobrou foi um grupo de familiares e meia dúzia de gatos pingados, um tenor cansado, faminto e absolutamente triste (não tem outra palavra), um arremedo de recital. As pessoas gostaram, os parabéns foram dados, mas se for pra ser honesto — e isso uma caixa de chocolate e uma boa noite de sono depois —, foi meramente razoável, talvez com um ou outro momento mais brilhante, mas burocrático. O responsável pela gravação teve que ir embora, então sabe deus como aquilo saiu. E veja, eu definitivamente não quero mais tocar no assunto. Ponto! A ironia da coisa é que com tanta energia boa empregada e emprestada no processo — desculpem se eu não agradeço com mais fervor — a que faltou foi justamente a elétrica.

Epigrama No. 8

Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.

Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar, quando caí.
(in Viagem — Vaga Música, Cecília Meireles)

Ui, Cecília! Nem foi assim um tombo!
Não precisava desse chute no estômago.

Às vezes tenho a sensação de que poemas são oráculos. Quando escrevemos será que a matéria de sentimento ali grafada é realmente nossa? Será de nós que aquilo surge? Ou será que psicografamos de antemão a mensagem para alguém porvir?

Proibida a entrada

Pra quem andou sendo cruelmente bloqueado pelo filtro de spam dos comentários: eu acho que resolvi o problema; qualquer coisa, mandem um e-mail.

Camadas blogolíticas

O bom do blog é que você bota as coisas pra fora e depois enterra, literalmente, em camadas de outras coisas, mais novas, mais importantes, menos importantes e vai criando um solo de letrinhas, textos-fósseis. Alguns viram diamante, outros adubo. O que importa é que aquilo agora ganhou forma e, de algum modo, exterior a você, é contemplável; um bom exercício, visto assim. Aprender a arquivar as coisas, a tirar da frente sem esquecer, pra aprender e seguir adiante.

Ah não, pára com isso! Pára agora! Realmente, tudo que o mundo precisa é de um manual filosófico (barato) sobre blogs: vai dormir, criatura!

+

“…Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza…”

Orkutiqueta

E o que se faz quando alguém que a gente nem conhece deixa um scrap enorme e pieguérrimo sobre amizade no nosso perfil, hein? Que mico…

Miragem

Foi ali que eu te vi,
no meio de tanta gente
tu andavas descuidado.
Teus olhos carregavam
alguma luz além do dia,
daquele jeito sossegado
de quem não sabe que sorri.

E eu te disse oi assim
como quem canta ou assobia
uma melodia fugidia da memória.
Como quem conta uma história
e na hora se esquece do final,
foi assim, quase sem querer
e de repente que eu te vi.

Talvez meus olhos mentissem,
ou então teu brilho falhasse
que nem miragem no deserto,
mas eu poderia com fé jurar
que te vi sorrir quando ergui
a mão e num esfumaçado gesto
vi que não estavas mais ali.

Senhoras e senhores, o programa

Pronto! Lá se foi o último ensaio geral com a professora; as coisas estão caminhando melhor do que eu pensei e eu começo a ficar um pouquinho mais tranqüilo. O cartaz causou um certo escândalo bem humorado aqui também, claro. O mais engraçado é que a primeira reação das pessoas é de estesia, mas é só alguém sugerir que eu esteja nu e pronto, o imaginário coletivo pira e vira aquele forrobodó! Melhor pra mim que ganho duas vezes com a larga divulgação — não tem quem não tenha visto o dito ainda e as apostas pro recital são as mais bizarras, precisa ver! Eu juro que se tivesse imaginado esse barulho… teria feito do mesmo jeito! :P

Agora, atendendo a pedidos cariuócas, apresento-lhes o programa do recital pra quem quiser ter uma idéia do tamanho do rojão:

Canções
1. Pupille nere — Bononcini
2. Intorno all’idol mio — Cesti, “Orontea”
3. Lua Branca — C. Gonzaga
4. Ich grolle nicht — Schumann
5. Der Kuss — Beethoven
6. En prière — Fauré
7. Chant d’Amour — Bizet
8. Vaga luna che inargenti — Bellini
9. L’abbandono — Bellini
10. Addio — Carlos Gomes

�?rias
11. Una furtiva lagrima — Donizetti, “L’Elisir d’Amore”
12. Un’aura amorosa — Mozart, “Così fan tutte”
13. Il mio tesoro — Mozart, “Don Giovanni”
14. Ah! lève-toi soleil! — Gounod, “Romeo et Juliette”
15. Salut! demeure chaste et pure — Gounod, “Faust”
16. Che gelida manina — Pucinni, “La Bohème”
17. Nessun dorma — Puccini, “Turandot”

Do olhar moral (ou da tiração de sarro generalizada mesmo)

Ela, nos comentários dele, o pudico. Até então a interpretação mais doida e, talvez por isso mesmo, a mais pertinente também; certamente a mais desprovida de preceitos morais, o que de forma alguma corresponde a imoralidade:

eu achei a foto artísticamente perfeita.
de acordo com a estética grega a figura do rapaz evoca uma pureza pueril, uma humanidade pungente quase sacro-santa como os anjos que perfazem o estilo renascentista ao mesmo tempo em que o paradoxo entre verso e reverso na verdade é um jogo de palavras que se refere ao contraste da pele macia com a parede áspera (…) o beje e o vermelho, explicitando de forma subjetiva e elíptica que o amor tem um lado divino, suave e outro lado humano, grosseiro, mundano, porque na verdade são as duas faces da mesma moeda, amor e ódio, e a aparência núdica, lúdica, erótica e inocente do modelo nu evoca um ambiente mítico em uma linguagem onírica que nos remete a Eros e a Cupido misturando com graça e sutileza os conceitos de significado e significante fazendo uma releitura do imaginário grego através do uso da fotografia moderna, unindo mídias de vanguarda e de retaguarda numa harmonia única de temas e cores, levando-nos à uma sensação de quase anacronismo no olhar visionário do tenor que representa o homem do passado (Grécia) olhando o futuro, que só será possível através do amor. (Rossana Fischer)

Não, é claro que eu não pensei em tudo isso, mas a ausência de roupa (uma gola!) foi, sim, por questões estéticas e de intenção poética; é tudo tão mais sutil! E eu continuo achando que se fosse o busto de uma estátua ninguém ia nem dar bola.

Amoral

Responde pra mim: eu tô ou não tô pelado na foto do cartaz? E por quê? E daí?

Final countdown

+

Si la voix d’un enfant peut monter jusqu’à vous, ô mon Père…
(En Prière, Fauré)

Uma semana, contada, pro famigerado, esperado, batalhado (e vários outros ados) recital de formatura em Canto. Sim, eu sou uma pessoa tensa porque ainda há um monte de coisinhas práticas e musicais a resolver. Socorro! Não adianta, eu nunca vou achar que tá bom o suficiente, só quando acabar, só quando estiver pronto e nascido. Então, você que me conhece (e os que não me conhecem também), por favor, acenda uma vela. Não me importa a quem, desde que de boa fé. Acenda uma vela e peça pra que tudo dê certo — valei-me! Eu agradeço imensamente.

E claro, se você quiser dar um pulinho até o Instituto de Artes, na Unicamp, no próximo dia 25, no horário do almoço — o horário é escroto, eu sei, são obrigações acadêmicas — eu juro, ah, eu juro que vou achar o máximo; vou amar de paixão!

E o cartaz ficou lindo! Eu achei. :)

Biblicamente

Solta o playback dos anjinhos!
Eu vi, em faixa E-NOR-ME (ui!), na frente da Catedral Evangélica:

“Porque Deus ama ao que dá com alegria (II Coríntios 9:7)”

Tá vendo? Deus que falou! Quem sou eu pra duvidar?
O que seria de nós sem a inspiração divina? ;)

Disclaimer

Da próxima vez que eu disser que atraio gente louca, por favor acreditem — tenho provas. E para os doidos, um aviso: eu mordo e arranco pedaço! Sai! Sai! Sai!

Eu enterrei um passado quando me dei conta de que ele nunca existiu, senão em mim. Se você agora precisa de perdão, tome, não me custa mais, de qualquer forma, então não é nada magnânimo. Mas o resto, ora, procure em outra freguesia. Não tenho medo de fantasmas, mas eu só me relaciono com gente de verdade.

Recuerdos de una baladita (Viva o Zé!)

Estou fora de forma. Ponto.

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Por que as pessoas fumam em lugares fechados e sem um sistema de exaustão decente? Se eu não tenho nenhum perfume com aroma de cinzeiro é porque eu não gosto de me sentir um, porra. Nem ficar com o olho ardendo.

Sou pentelho, sim! Vai encarar?

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Música dos anos 70/80 ainda é o que há em matéria de haver no quesito “dance até morrer”. Cindy Lauper é ótima — Goonies! Goonies! Quem jogou Goonies no videogame? :D —, a música também, mas desde que se esteja a uns 8 metros da caixa de som. Valha, que vozinha de estourar os tímpanos!

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Se você acabou de virar meia cerveja não saia pulando e dando pinote, ou você vai descobrir como se sente um baiacu com hipertensão.

Sim! Sim! Eu vi O Espanta Tubarões! :D Legendado, of course. Muito bom.

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Não, o que são aquelas pulseirinhas coloridas e fluorescentes (ou fosforescentes, sei lá!) que você torce e elas brilham? No meu aniversário não vai poder faltar! Aliás, no de todo mundo. Comprem! Comprem! Minha sobrinha vai ficar louca, roubei quatro pulseirinhas mágicas novinhas pra ela. Hmmm… três, uma é minha! Será que pode fazer pedido?

Zel: eu te-nho, você te-em! :P

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A pista de dança é um grande oráculo onde todos se revelam. Não há bi amiga ou indeciso que não sucumba aos primeiros acordes de ABBA, Gloria Gaynor, Village People, Pet Shop Boys, Frenéticas ou Olivia Newton John (Xaaanaduuuuu…). Mas é quando surge o tema de Flash Dance que todos se transformam, mostrando suas origens. E gritam, e clamam por uma cadeira e um regador que seja, polainas e moletons cortados. É lindo! Alguém lembra o nome da atriz? Eu não (olhar no IMDb não vale!). Será que ela tem consciência do ícone libertário em que se tornou?

Fiquei até emocionado… ;)

Em uma ilha cibernética deserta

O MSN ficou cego, surdo e mudo: não recebe nem manda mensagens. Fica todo mundo passando por mal educado porque os outros não respondem, uma beleza! Meu ICQ endoidou: recebe todas as mensagens em dobro. Talvez pra compensar a incompetência do outro. E o Orkut tá parecendo o sistema penitenciário brasileiro: me trancou lá dentro e jogou as chaves fora. Será que eles não gostaram de eu ter chamado aquilo de a useless and nonsense automated system? Uai, e não é?

Só falta agora o celular bater com as botas — melhor ficar quieto…

Enfim, nada disso importa porque minha mãe já declarou que está fazendo uma leva nova de alho em conserva. Nham, nham, nham! Ou seja, ninguém vai nem querer chegar perto de mim pelos próximos dias. Aqui ou na internet.

Lá vem a noiva, toda de branco

Dia de casamento. Amiga querida de infância. Muita pompa e circunstância e o queridão aqui, logo mais, ricamente vestido, de terno e gravata. Um luxo só!

Sabe qual é a altura deste projeto de hobbit tupiniquim? Nem 1,68m. Mas fora o costado, que não faria feio em alguém de 1,80m, sabe qual é o colarinho da criança? Então, é 6. É, número SEIS! Um touro, literalmente. Ainda bem que ele não é curto. Agora, ligando os pontos, me diz onde é que se compra camisa pra gente baixa, com costas largas e pescoço bem servido, sem que os braços pareçam de orangotango e o pano desça até os joelhos, ou aperte no pescoço. Difícil, né?

É por isso que eu não gosto de usar gravata; prefiro respirar.

Cantar é preciso

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Canta, poeta, canta!
Violenta o silêncio conformado.
Cega com outra luz a luz do dia.
Desassossega o mundo sossegado.
Ensina a cada alma a sua rebeldia.
(Voz activa, Miguel Torga)

[E o dia do recital se aproxima. Socorro!]