Elétrico

Fomos assistir Elektra. Os efeitos computadorizados no meio das coreografias das lutas cansa um pouco, como meu lindo bem disse. E acho que se eu conhecesse melhor os quadrinhos iria achar o filme pior. Mas como eu não conheço, o filme é… legal. Ponto.

Nada que um par de mãos dadas não resolva.

+

Essa coisa de ficar recebendo convite pra comunidade, convite pra ser amigo, contatos do msn — só falta dizer “me liga!” — ou e-mails que dizem “oi, me fala mais de você”, como se estivéssemos tomando um drink, de quem nem me conhece, pela net cada vez me irrita mais. Afinal, tem tanta coisa de mim por aqui pra começar! Soa como um interesse falso, superficial. Ai, que net-preguiça!

— Ah, mas como você é antipático!

Sou? Acho que não. A diferença é que eu acredito que amizade mesmo é algo que acontece quando há alguma sintonia; nunca fui fechado a conhecer gente. Então, se alguma pessoa me interessa eu vou me mostrar interessante pra ela, antes de mais nada. Não vou sair perguntando compulsivamente quem é você, o que você faz, do que gosta, quantas vezes você trepa, vou é dizer quem EU sou. E você, sinta-se muito à vontade pra fazer o mesmo. Isso sim é estabelecer contato.

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Apareceu um xampu aqui em casa com os seguintes dizeres no rótulo: “Contém: Minerais Complexados”. Eu não uso isso nem a pau! Vai saber o que um mineral complexado vai fazer com a aminha cabeça. Manda ele pra um psicólogo antes! :P

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Eu tava falando de amor, né? Então, é isso aí. Muitos violinos.

Chega mais

Closer. Eu achei muito bom. Lindo mesmo. E psicologicamente capaz de me causar mais desconforto do que muito filme de terror quando eu penso no assunto — bom, estamos falando de relacionamentos. Mas se o Jude Law quisesse ficar conversando comigo com aquele sotaque inglês — não precisava mais nada — ao som do terceto “Soave sia il vento”, da ópera Così fan tutte, de Mozart, e depois voltar pra tela do cinema eu não ia achar nem um pouco ruim.

Mas pra ser sincero, se fosse pra escolher acho que eu escolheria o Clive Owen, apesar de ele ser meio (meio?) maquiavélico. Porque olha só, eu não me dou bem com aquela coisa inconstante e indecisa (pra não dizer covarde) do outro. Me ama? Então não brinca com isso e me encara de frente, sem mentiras.

Lacrima felinum

E eu não posso mais ouvir “Memory”, do Cats, que eu lembro da cena e da vontade de chorar junto com aquela gata toda estrupiada e abandonada. Um choro com eco de medo, um medo de ficar sozinho, sem um toque — algo tão felino. Um medo tão humano.

Engraçado que eu chore quando não me sinto sozinho, e quando sinto, não chore. Quando não há motivos, não sinto medo de me sentir triste, quando os há, parece que tenho medo que ela saiba que a sinto, como se ela pudesse chegar e nunca mais partir. Muito besta.

O monstro embaixo da cama

Medo. Temos medo. Medo de sofrer, medo de gostar, medo de perder, medo até de ganhar — antecipamos o próprio medo. E por quê? Pra quê? Por que simplesmente não andamos mais rápido, ágeis e despistamos o medo? Não é tão difícil, embora pareça, basta apenas um pouquinho de centro, um tantinho de auto-suficiência, confiança, amor-próprio; é uma semente apenas que basta, acredite.

E digo porque sei, porque fui, como tantos, o arquétipo perfeito do adolescente complexado: baixinho, gordinho, tardio no meio daquele monte de gente bonita, gostosa, como cara de homem, mulher — um poço de insegurança. Mas o que sempre foi meu nunca ninguém tirou, eu que não sabia, eu que não conhecia, eu que não queria ver. Minha voz sempre foi minha, meu talento sempre esteve aqui e meu sorriso foi sempre o que dizem. E mesmo assim, eu sempre quis incorporar o que eu não era, belezas que não eram minhas. Medo, puro e simples.

Acho que o medo mora, sim, embaixo de nossas camas, como sempre nos disseram os contos de infância; no escuro, frio e arrepiante. O que ninguém nos disse é que o maior medo de todos, o pai e mãe de todos os outros medos, aquele que só esquecemos loucos, bêbados, surtados pra depois também não (querer) lembrar, é o medo do espelho: nosso reflexo, o médico, o monstro, o santo, o que é por nós mais negligenciado, talvez a nossa única e legítima redenção. Verdade é que temos medo, intimamente e mesquinhamente, de nos ver e de nos gostar.

“First I was afraid, I was petrified…”

Tem certas diversões que somente um ônibus Teminal Guarapiranga lotado trazem pra você, confesso. Por exemplo, ver o mano da zona extremo sul de São Paulo dar pinta lindamente do meu lado. Que coisa mais meiga…

Amigo, ou melhor, bi amiga, se você realmente acredita que o armário é um lugar gostoso de se viver, então, pelamordedeus, não saia por aí dizendo o quanto você faz sucesso com a viadagem reunida da Alameda Santos como se isso fosse algo que te impressiona porque não vai pegar bem pro teu lado. Tampouco diga que eles estão por todos os lados, que “parece doença”; quem muito desdenha quer comprar, lembra? E definitivamente não! Não, não e não! Não se vanglorie por aquela vez em que um daqueles gêmeos da TV te deu bola — um deles parece que é gay, né, eu mesmo não sei qual, mas você sabe! Enfim, não importa, você não pode dizer que ele ficou te encarando com aqueles óculos tipo caçador “lindos pra caralho”, de brações cruzados, que ele é assim, bonitão, todo malhado, com aquela “blusa coladinha” e que ele te deu um “sorrisinho simpático” — é, simpático, é sim, mas você exagerou um pouco aqui, viu? Afinal de contas, cê é bicha, mano?

Sei não, você diz que não entende, mas eu tenho cá pra mim que a menina com quem você falava entendeu foi tudo! Ô, foi mal aí, certo? Firmeza?

Ser retalhos

Eu fico enrolando pra escrever e dá no que dá, esqueço metade e um monte de coisinhas de duvidosa importância não relacionadas. Ou sim.

+

São Pedro, meu velho, o que você pretende? Transformar essa cidade numa horta hidropônica? Eu não agüento mais andar por aí de pé molhado!

+

Será que um dia o blogger.com.br vai arrumar essa história de ter que colocar /index.html em todo e qualquer endereço de blog ou eu vou ter que atualizar os meus links? Tenho nojo de teia de aranha.

+

HASH(0x8bb1e44)

You’re the color yellow. Happy and all-around
cherrful, you make it your mission to brighten
everybody’s day. You’re painfully optimistic,
always making it so that the cloud
(e? cadê o resto?)

What color are you?
brought to you by Quizilla

Viu? Eu sou super legal — um anjo de candura!
“Venha brincar conosco, Danny. Para todo o sempre.”

+

“O que você foi fazer num show de rock com o volume super alto, num lugar pequeno e super quente?”, perguntaria você. Eu respondo: o amor é lindo!

“O que ele foi fazer num show de rock com o volume alto, num lugar pequeno e super quente?”, você de novo. E eu: a amizade é linda!

“O que eles foram fazer tocando com o volume super alto daquele jeito?”, você, pentelhando. Ora: ema, ema, ema, cada um cos seus pobrema!

+

Ele nem ia ficar aqui ontem, mas eu joguei sujo — olhos pequenos, boca manhosa, sussurros pidões: ah, essa minha verve! Ninguém mandou namorar um taurino. Mas já que tá aqui, fica mais um pouco, vai? ;)

+

Hoje tem batuque. É, candomblé, macumba. Festa de saída de um amigo querido. Eu nem sou disso, mas a minha Oxum tá aqui, gritando, louca e feliz pelos tambores — ahã, só pelos tambores, sei.

Pai, cadê você pra dar uma equilibrada nesse fogo? Socorro!

Quizz me, tender

Prospero

You are Prospero from the Tempest!
You care deeply for people –
yet sometimes your protective
nature can hurt you.
You see beauty and magic in nature.

a (real) shakespearean quiz
brought to you by Quizilla

+

music man

The role you were born to play
is Harrold Hill from the Music Man.
You are able to convince other people
to follow your lead.
Playing this role you’ll be able
to do just that while singing. A LOT!

what theatre role was i born to play?
brought to you by Quizilla

Olha o respeito com a madame!

Ei! Hoje é aniversário da minha mãe, faz favor!
Sambão hoje à noite, é o que há. :P

+

E hoje é dia de São Sebastião.
Certa maneira, um meu pai.
Vou explicar não.

+

eu cheguei vestido de rei
quem me chamou
eu cheguei vestido de rei
mutalambô

Antropofagia amorosa

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
(Clarice Lispector)

Sim, às vezes tenho vontade de te engolir, de ter-te dentro de mim, para sempre.

+

Eu acho, por experiência própria, que o conceito de almas gêmeas é perigoso e limitante. Se não somos constantes nem dentro de nós mesmos pela vida inteira, esperar que duas pessoas estejam eternamente em sincronia acaba por ser frustrante, pois cedo ou tarde mudamos, nem sempre pro mesmo lado, nem sempre ao mesmo tempo. Ao invés disso, buscar uma unidade em nós mesmos que não seja excludente de caminhos conjuntos é o que possibilita, ironicamente, que encontremos no outro não nossa completude, mas algo que nos instiga e nos inspira. Sendo assim, acredito que tal preenchimento pessoal gera espaço para afinidades gêmeas; trilhamos caminhos e construímos ao longo de nossa jornada um convívio que é tão longo quanto deve ser. [Em tempo, demorou mas eu te achei de novo. De novo um beijo.]

Terra da garoa

Como bem lembrou Luca, nas sábias palavras de Regina Casé: São Paulo é uma cidade que não pára porque você nunca consegue achar lugar pra estacionar.

+

Serra gostou da história de chamar a outra de Martaxa. E o que ele fez na primeira semana do ano? Aumentou o IPTU e a taxa do lixo — que ele tanto criticou.

Hipocrisia? Não, imagina…

+

E a única coisa subterrânea no metrô são mesmo os seus túneis porque o preço da passagem subiu: R$2,10. Quem gostou das justificativas? O aumento é por causa das obras de expansão da rede de linhas do metrô. Eu quero saber se depois de prontas as linhas a passagem vai voltar ao preço anterior. Bilhetes múltiplos de 2 não têm mais desconto e os de 10 tem apenas R$1,00 de desconto. É porque pessoas que compram bilhetes múltiplos têm mais dinheiro. Genial! Realmente brilhante! As pessoas pagam adiantado pra economizar porque têm mais dinheiro!

E o pobre coitado pé-rapado que nunca consegue dinheiro pra comprar um bilhete múltiplo agora periga não ter dinheiro nem pra comprar um unitário.

Expressões regulares

Sabe o que são? Não? Tudo bem. Mas se você usa o MT e odeia aquele maldito spammer Bob com todas as duas forças, então eu tenho algo pra você. E de graça.

Instale o MT-Blacklist — é uma ordem. Se a sua versão é muito antiga e não suporta expressões regulares, atualize. Vá lá onde a gente adiciona itens a serem bloqueados, em advanced e coloque a seguinte palavrinha mágica (ali, em regex):

\bbob@y[^\s.]+o\.com

E diga adeus aos endereços [email protected] daquele feladaputa! :)

Primeiro amor

E de repente você estava ali. Eu tive medo. Mas não o medo ao qual eu estava acostumado, era um medo novo, um medinho besta — ou não era um medo. Era como se já tão habituado às piada do tempo eu não estivesse mais pronto para o silêncio e a lentidão prestimosa do mundo girando longe de nós. Mas você estava ali e eu também, os dois segurando seus sonhos-em-flor, presentes tão sem jeito, como se todo o tesouro de uma vida fossem aquelas pétalas de amor tão fustigadas pelo vento; e por isso mesmo a própria vida em flor.

Eu olhei para você que sorriu sem graça, quase menino — menino me fez. Não tive mais palavras, todas elas e tudo o mais não passavam de reles observadores; destino era o espaço ao mesmo tempo imenso e infinitesimal que separava a tua boca da minha. E foi assim que anos ruíram, castelos, pedras, muralhas, tudo se incendiou quando eu te vi como a um primeiro amor, como uma estrela, como uma lua, como deveriam ser todos os amores — você também viu? —, pleno do que há em cada um de nós e ainda espaçoso como um parque. E te chamei para brincar.

À noite todos os Orkuts são pardos

Será que não vão parar de reiventar a roda? Primeiro foi o Orkut, e até colegas de pré-escola, vejam vocês, já me encontraram por lá — uma coisa assim, procurar meu nome bordado no avental da foto antiga com lupa; é legal, não nego. Depois o Multiply, Link, Hi5 e um tal de Gazzag — cópia descarada e sem vergonha do Orkut.

Será possível que nunca mais alguém vai ter uma idéia interessante e nova de serviço pra colocar em prática nessa joça de internet?

Aliás, tem gente demais aqui de novo; hora de fazer a rapa! No hard feellings.

Mordendo a própria língua

Hipócrita e hipopótamo não parecem ter o mesmo prefixo à toa. É como eu que reclamo que tô gordo e saio pra comer uma banana split com o namorado. Eu comi a minha e ele a taça dele, que fique bem claro. Fodeu. Alguém tem uma esteira aí?

Verdade seja dita

Eu sei que o assunto é tabu, tal e coisa, coisa e tal, mas eu preciso entrar em dieta, retomar alguns exercícios urgentemente; é isso ou caminhar direto para o abate!

Sei não, eu bem que levei a sério essa história de crescimento pessoal ano passado, mas não era exatamente isso que eu tinha em mente. :P

Eu queria ser um peixe

Vou dizer que olhando pro sol nascente, debruçado num janelão do sexto andar com vista direta pro mar e de cara pro vento, até o Guarujá — mais precisamente a praia de Astúrias — parece um paraíso. É bem verdade que na companhia em que eu tava podia ser a vista do Vale do Anhangabaú que eu não tava nem aí! ;)

+

Eu não tinha idéia de que naquela ilha existia uma lugar como Iporanga. Um paraíso — literalmente — a uns 90 minutos de São Paulo? Mata, cachoeira com piscina e comodidade: eu quero uma casa lá, na ponta da esquerda, Condomínio Cachoeira!

Eu e a torcida do Flamengo, mas enfim.

+

Decididamente as ruas do Guarujá não foram feitas pra quantidade de carros que por ali transitam. O que, de fato, contribuiu para o estado preguiçoso geral da nação — eu não saí de São Paulo pra pegar trânsito na praia, nem morto!

+

Quero mais. Você. Agora. Será que a incrível ilha do desenho ainda está disponível?

Vamos a la playa

Tchau! E se tudo der certo este post será publicado no momento quase exato em que eu estarei aportando em terras de altitude zero — morram de inveja, mas só um pouquinho, pois é perto e rapidinho. Um brinde à tecnologia e à sua (ainda) incapacidade de trazer areia e brisa do mar pra dentro de casa, o que me obriga — vejam só como eu sofro — a ir buscá-las in natura.

Cyber-palmatória

A pessoa gasta tempo montando um servidor, instalando Linux, configurando um firewall, instalando caça-vírus que se atualiza diariamente no desktop, fazendo uma penca de atualizações no sistema operacional e pra quê? Pro pai da pessoa vir, assinar tudo quanto é tranqueira via e-mail, receber vírus toda a semana, não lembrar o que baixou, nem onde, nem de onde, negar até a morte que executou programa que não devia e ainda por cima clicar num link chamado “cassino online” — ele jura que era “bingo”, ah bom! — e foder o meu barraco com toda a sorte maldita de spyware, adware e o caralhoware. Por que não me ouve, porra?

Eu grudei chiclete na cruz, só pode ser!
Dei peteleco nas bolas do cordeiro.

Ainda vou inventar uma cadeira ligada na tomada e no micro: clicou, leva choque!

A maldição do celular — em um cinema perto de você

Por que, ó céus, por que nenhum site de operadora de telefonia celular funciona? Por quê?! Por quê?!! Por quê?!!! É tão difícil assim idealizar e implementar — veja bem, eu disse “e”, pois só ter idéias geniais eu mesmo tenho pelo menos umas três por dia — um script que pegue o número do seu celular, a sua senha, confira se o primeiro é válido e se a segunda está correta e simplesmente, em caso afirmativo, alegremente redirecione o seu lindo cliente para a página de serviços? Eu já fui cliente da BCP, da Vivo e agora da TIM, e se minha vida dependesse do sistema web delas eu já cortava os pulsos aqui mesmo pra abreviar meu sofrimento!

Um mui gentil atendente da BCP, certa feita, me informou gerundicamente que o site estava com problemas e que eles já estavam trabalhando nisso. O sistema estava inoperante havia SEIS meses, é sério. Na Vivo dava até dó: no ano em que fui cliente cadastrei me número para receber por e-mail, mensalmente, a descrição detalhada das minhas chamadas. Recebi umas três no ano todo, as três erradas e/ou atrasadas. Não faz uma semana que eu tô na TIM, e embora o celular funcione que é uma maravilha, o site parece não ter idéia de que o número da minha linha existe; os atendentes, claro, não têm idéia do que está acontecendo.

Vamos combinar, é um milagre entrópico eles saberem qual cliente é de uma operadora e qual é de outra porque aquilo é a mais pura expressão do caos!

Miserere nobis…

Adeus Ano Velho! Feliz Ano Novo!

Daí que acabou. Se for pra tirar uma somatória eu diria que este ano foi intenso. Turbulento, talvez. E o fim do ano, especificamente, foi pra mim — pra amar, pra limpar, pra me livrar de muita tralha aqui dentro. Abri um baita espaço que já começa a ser preenchido, com muita alegria, devo dizer. :)

Em outras palavras, não mandei e-mails, comentários idem (respondê-los, então, nem se fala; um fiasco), não escrevi belos textos pra inspirar as multidões, deixei apenas que o ano lá fora terminasse. E ele terminou, como sempre. É a vida.

Sendo assim, pessoas, a única coisa que eu tenho pra dizer pra vocês é: sejam felizes! Eu tô fazendo a minha parte, aprendendo a ser feliz. E quando eu ficar bem bom nesse assunto quem sabe dou uma aulas. Ou não, talvez não se ensine, apenas se aprenda. Mas a gente sempre pode torcer. ;)

Muito mais do mesmo (eu sou um assombro!)

Namoro é um atraso de vida.

Eu, por exemplo, tenho me atrasado pros últimos ensaios, pro almoço, pra acordar, pra pegar o ônibus, pra comprar presente, pro diabo! Ele, melhor nem comentar. Até pro Natal vou chegar atrasado — quer apostar? Mas com alegria adiantada. ;)

Complô

É só comigo ou vocês também não estão conseguindo ler quase nada daquela bodega do blogger.com.br? Quando eu quero ler, ele boicota. Porra! :P

Mais do mesmo (“Agora agüenta, coração…”)

Quando eu digo que o amor é besta, veja bem, falo sério. Senão, como explicar o hábito adquirido (e permitido, claro) de quando me abraçando apertar os meus pneus e dizer: tá murcho, precisa calibrar! Já pensou se eu tenho TPM?

+

Se depender das vezes que disse e ouvi “olha, a gente precisa vir comer aqui” o projeto Orca 2005 vai ser um sucesso! Já a minha conta bancária…

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Agora, soprar a barriga do outro — aquela sonoplastia flatulenta — é demais pra minha cabeça! Não, a minha crise incontrolável de riso é que é o fim da picada. Não, o pinote dele sob cócegas é que é ridículo. Er… vamos mudar de assunto?

+

Deus queira que quando houver mau humor, no desencontro, no descompasso, no desconsolo, oxalá, meu pai, que o brilho dos olhos nunca se perca! Que cada cafuné de desculpa tenha sempre o traço surdo da promessa e o abraço mudo da resposta. Que você me ensine sempre a te ensinar o que a gente aprende. Amém!

Pinheirinho, que alergia

Parece filme. Assim, quando o herói apanha, apanha e apanha, daí levanta e bate, bate e bate, e então o vilão dá aquela bambeada, tropeça e cai — ploft! E ficam todos felizes, todos salvos, enfim. Mas é tudo mentira, a trilha sonora denuncia: e o vilão levanta enquanto ninguém está vendo e quase manda tudo pro espaço! Mas os heróis (e os amigos dos heróis, e o cachorro, periquito e peixinho dourado do herói), todos juntos vão lá, quase morrendo, e reduzem o vilão a substrato de poeira cósmica. É sempre assim, não é?

Então, eu que estava feliz e contente, curtindo o sossego advindo ao último concerto, fui convidado (daquele jeitinho convocatório) para mais um round, dessa vez natalino. E vou ter que cantar, ai… Alegria de Natal. Eu odeio! Imaginem pois os sopranos — tinham que ser os sopranos — cantando isso histericamente do meu lado: “PIIIIInheirinhos, que alegria! Tralalalalá, lalá, lalá! SIIIIInos tocam noite e dia! Tralalalalá, lalá, lalá! É o Natal que vem chegando! TralaLAL�?, LA-LA-L�?, LAL�?!!!(…)”. Ô, vontade de matar quem escreveu esse pedaço de açoite do inferno!

É daí que eu tiro que eu posso até ir pro inferno, mas meus ouvidos vão pro céu! Acho que financiei meu pedacinho de paraíso na Caixa Econômica Federal.

Anos incríveis

Fato é que o amor (me) aparvalha. Fico sonso, abestado, distraído, avoado. Ainda bem. Há um quê de adolescente nisso tudo que abraço com prazer. Prazer este que talvez nunca tenha me permitido de fato, ou que nunca teve par — não importa, pois sei que nossa memória emotiva não é fixa e já aprendi a respeitar cada fase em mim que meu processo é lento e persistente; eu vou, mas permaneço em mim.

Então aproveito a maré pra não pensar — e ela me leva até você. Depois de um ano turbulento e cheio de expectativas, uma felicidade quente e aconchegante me acomete à traição. Um pequeno (mas emblemático) triunfo da sensibilidade sobre a minha razão. E sorrio como quem nota a peça que lhe foi pregada; eu me apaixono!

Sabe o que é? Eu queria esticar este fim de ano, fazer valer cada minuto, empatar o placar — como se o jogo já não estivesse por nós ganho com um gol de placa. Mas é 2004 quem perde e fica pra trás, como todo ano. E eu te ofereço um novo, modelo 2005, cheio de sonhos, de desejos, de vontades, de desafios; um ano pleno de mim e de você, de nossas mãos juntas, nossos pés lado a lado. Vem comigo?

Licença poética

Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que passam ligeiras
Prá onde elas vão
Ah! eu não sei, não sei
E o vento que fala nas folhas
Contando as histórias
Que são de ninguém
Mas que são minhas
E de você também
Ah! Guigui
Se soubesses do bem que eu te quero
O mundo seria, Guigui, tudo, Guigui
Lindo Guigui
Ah! Guigui
Se um dia você for embora me leva contigo, Guigui
Fica, Guigui, olha Guigui
E as águas deste rio aonde vão eu não sei
A minha vida inteira esperei, esperei
Por você, Guigui
Que é a coisa mais linda que existe
Você não existe, Guigui
Olha, Guigui
Adivinha, Guigui
Deixa, Guigui
Que eu te adore, Guigui…

Pela estrada afora eu vou bem sozinha…

Noturnos: passear com a Estrelinha pela floresta encantada — é, a gente foi pro Ibirapuera de noite passear pelas árvores cheias de lampadinhas.

E foi então que minha mão lembrou da tua…

Depois da caixinha de surpresas que foi o concerto de ontem — perdoai, Händel! —, só as lampadinhas salvam; elas e Bertinho que cantou lindamente.

Últimos Concertos

O Audi Coelum relembra os 300 anos de morte de Marc-Antoine Charpentier com a primeira audição em São Paulo de três obras relacionadas ao Natal.

As Antiennes ‘O’ de l’Avent foram compostas sobre o texto das antífonas do Magnificat, cantadas nas Vésperas (hora do Ofício Divino) dos últimos 7 dias do Advento, tempo litúrgico que precede o Natal. São chamadas antífonas ‘Ó’, pois a exclamação ‘Ó’ inicia cada uma: Ó Sabedoria, Ó Guia da casa de Israel, Ó Raiz de Jessé, Ó Chave de David, Ó Astro nascente, Ó Sol de justiça, Ó Rei das nações, Ó Emanuel. Seguindo a indicação do compositor no manuscrito autógrafo, entre as antífonas serão tocados os Noëls pour les instruments, transcrições orquestrais feitas sobre canções natalinas populares e folclóricas.

A Messe de Minuit pour Noël (Missa para a meia-noite de Natal) foi composta sobre temas dos mais conhecidos noëls franceses do barroco. É exemplo de um raro momento da história onde a música erudita encontra a música popular, o que confere à obra um caráter singelo e encantador.

16 de dezembro, quinta-feira, 20h
Mosteiro de São Bento
Largo de São Bento s/n – Centro

19 de dezembro, domingo, 20h
Santuário do Sagrado Coração de Jesus
Largo Coração de Jesus 154

+

É isso aí, Missa para a meia-noite de Natal, de Charpentier, de grátis. A última chance de vocês pagarem os seus pecados antes do bom velhinho distribuir seus presentes! Vão arriscar perder?

Rogai por nós!

E foi só depois de 4 anos e graças ao meu querido xará que eu me dei conta de que este blog nasceu no aniversário de Clarice Lispector.

Espero que a padroeira perdoe as bobagens que eu por ora escrevo.

Lonely

Eu estou com saudade. Ponto.
E em crise de abstinência.
E fazendo charme — posso?

Volta logo, vai?

Há exatos 4 anos eu, dois pontos

+ via minha primeira sobrinha em seus poucos meses de idade (e babava).
+ começava oficialmente o curso de canto a mandava ver no de regência.
+ jurava de pé junto que era barítono — eu tentei, juro que tentei!
+ nem sonhava que dois futuros amados amigos faziam aniversário.
+ era um adolescente brincando de adulto.
+ me achava feio — é, feio, sem graça, sem jeito mandou lembrança!
+ já era um poço de autocrítica; sempre fui, aliás — ok, tô melhorando.
+ começava a escrever este blog, muito mal e parcamente, que fique claro.

As pessoas evoluem.
Ou não, diria Caetano.
Direto do túnel do tempo.

Amar é…

Sair num fim de tarde chuvoso em direção ao centro, só pra vê-lo cantar.

Não basta ser namorado, tem que participar!
Ou, o amor é lindo, mas molha um pouco.

Memory

Touch me
It’s so easy to leave me
All alone with the memory
Of my days in the sun
If you touch me
You’ll understand what happiness is
Look, a new day has begun

É difícil falar de ti enquanto estás ainda aqui comigo, no cheiro do meu corpo, na volta do pescoço e da lembrança, enquanto ainda falo pela tua boca. É como se dizer fosse algo tão poderoso e bruto que ameaçasse a delicadeza do primeiro encanto. Ainda assim, tu permaneces no choro a quatro mãos, no abraço do sofá, na música que me fez chorar — o que é tão difícil!

E de chorar derrubo barreiras em mim tão arraigadas. Por vezes tive de perder meu chão para poder seguir; pequenos pedaços de certeza artificial e temerária. Como doeram aquelas falsas seguranças! Aprendi — ainda aprendo — a abraçar o vazio, a abrir espaço, a livrar de mim o que era roto e desgastado. Hoje sinto o chão como um solo de terra fresca, molhada de chuva e cheia de pequenos botões de flor-que-pode-ser. Sei que não és tu o meu solo. Tu és chuva e és sol que vêm benzer e fustigar meu corpo. Vem! Vem arar meu colo. Vem semear beijos. Vem plantar sonhos. Vem ficar comigo. Vem me amar. E quando cansares da lida, deixa que eu cante para que durmam tuas estrelas azuis.

Falo então de felicidade viva e construída, da minha vontade de erigir arranha-céus. Não: almeja-céus, alcança-céus, abraça-céus. Falo de sorrisos que não falam e dizem tudo. Falo de lutas onde ganhamos na vontade louca de nos perdermos. E acabo falando demais. Mas falo de ti, para ti e só contigo, amor, falo baixinho para que o susto de acordar não afaste o sonho de nossas memórias febris.

Yo no buscaba a nadie y te vi

(ou, quem disse mesmo que os opostos é que se atraem?)

Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação…

Pausa! Aviso aos navegantes, Atlântico Sul, Brasil: não mais me responsabilizo por crises agudas de diabetes; entre por sua própria conta e risco! Fim da pausa.

…amor

Dedicação

Se te escrevo, amor
Não é para ti, mas por mim
Enquanto o tempo é jovem
E da dor não sei o que seja ainda

Para ti dedico meus mundos
De impossíveis cores lindas
Minha vida um tanto doida
Meu canto de amador

E não sei se é verdade — diz!
Mas o ardor da tua vontade
Eu rezo, seja igual ao meu

Pois assim é a mais pura realidade
Que meus versos são famintos de saudade
Esta fome que os meus olhos têm dos teus

Todas as cartas de amor são ridículas

Orkut has unmasked a shared affection
And shown twinned wounds from Cupid’s darts
But while we aid in love’s detection
Its future path lies twixt your hearts

E olha que eu sou ridículo à beça, hein! Mas esses versinhos… vou te contar!
Pelo menos agora eu tenho uma história pra contar pros meus sobrinhos! :D

Pra bom entendedor meio beijo basta (mas pra mim é pouco!)

Em sessão extraordinária a assembléia deliberou que dia 28 é um dia bom.
Tão bom, de fato, que aproveitou e deliberou o resto do dia. Viva a burocracia.

+

Será que não bastam as letras de forma, vou ter que pôr legenda aqui também?

…Serás o meu amor
Serás, amor, a minha paz

Abestadely: you know what I mean

Tem idéia do que seja ver a lua nascer, redonda e branca, e em vigília acompanhar o arco de sua trajetória errante por um céu de azul profundo? Ah, tem?! Que bom porque eu mesmo a gente vê que só creio que ela andou passando. Pra onde foi, só deus! Até tento contar estrelas, mas sou meio abestado e perco a conta. No dois.

Mó responsa!


(ilustração: Weno)

Quem me disser que Mozart é facilzinho, apanha!
Ô, troço complicado! Mas, valha, como é lindo!

+

Eu achei melhor não deixar meu punho nu dessa vez. Sei lá, vai que o povo acha que só porque eu pego na batuta eu vou reger pelado! Tem doido pra tudo…

It’s a little bit funny

…So excuse me forgetting but these things I do
You see I’ve forgotten if they’re green or they’re blue
Anyway the thing is what I really mean
Yours are the sweetest eyes I’ve ever seen…

E a vizinhança quase enlouquecendo de tanto ouvir Moulin Rouge ad eternum, na marra. Mas o que eu posso fazer? Não sou eu, é o tempo! Nem é minha culpa se a lua é cheia, se o vento é quente, se de estrelas me bastam duas…

Reta final — a luz no fim do túnel

(ou, Ói, ói o trem…)

O último e derradeiro — o ensaio geral, logo mais, à tarde.
E depois, lar doce lar; nunca me senti tão mineiro na minha vida. É de se ficar até mais leve. O concerto? Bobagem, fichinha! Não fico nervoso diante da orquestra em concerto, o que pega mesmo são os ensaios, é não saber se vai dar tempo; segunda é só alegria — minto, tirando a gravata, é só alegria.

Mas se eu vou começar com esses subtítulos nos posts, então é bom o processo acabar logo, antes que seja tarde e eu comece a gritar “Toca Raul!” por aí.

O Poeta Inventa Viagem, Retorno e Morre de Saudade

Se for possível, manda-me dizer:
— É lua cheia. A casa está vazia —
Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite. Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer:
— É lua nova —
E revestida de luz te volto a ver.
(Hilda Hilst)

Ontem a lua, cheia de si, sorriu pra mim.
É só isso que eu tenho a dizer.

Primavera nos Dentes

Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera
(Secos & Molhados)

Coquetel molotov

Inútil tentar explicar, mesmo porque 90% do que anda me engolfando não é muito racional. Pra simplicar: estresse. Fato é que eu não ando muito estável esses dias e dá pra imaginar o quanto isso me incomoda. A sensação é mais ou menos a seguinte: imaginem aí que à sua volta tem todo um sortimento de emoções, fim de curso, duas formaturas, desaconchego, vazio, ensaios, muitos ensaios, concerto, irritações, frustações, alegrias inesperadas, desejos furtivos e um sorriso iluminado, daqueles de torcer o pescoço e te arrancar do mundo sem que você queira — ou queira. Imaginaram? Pois bem, agora coloquem tudo numa coqueteleira, agitem bem e empurrem goela abaixo, passem tudo pelo funil. Tudo!

Não é fácil ficar pingando do céu pro inferno tão rápido assim. Haja foco!

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Este fim de semana eu vou pra Vênus, ou Saturno. Se não tiver passagem, Lua.
Segunda, quando eu baixar a batuta, acho que volto a ser gente novamente.