No fim do ano este blog completa 10 anos. Por incrível que pareça, ele conserva todos os seus posts, desde o início. Muito já não condiz com a realidade e o seu começo soa ridículo, mas sei lá, já foi realidade um dia — caminho, escada.
E eu sou taurino, né? Tenho essa coisa de carregar tudo comigo.
Eu sinto que perdi um pouco o jeito, não tenho mais a mesma vontade de escrever aqui. Mas pela primeira vez sinto necessidade, como quem volta às aulas de dança ou à natação. O exercício me ajudava, tanto nas horas boas, quanto nas ruins, mas foi um pouco por cansar da lamentação que eu fui largando. Isso e um sentimento besta de por que e pra quem eu falava tudo isso.
Pois bem. O problema da lamentação não era o blog, era eu, como todo o resto. Como sempre, como todo mundo. Assim como o legal não é o blog, sou eu — ele me reflete, em partes, blocos, em fluxos, em silêncios. Minha filosofia é barata, mas é minha. E às vezes minha rima até é rica. Mesmo miseráveis os poetas, os seus versos serão bons — mas aí quem disse foi o Chico, eu só acredito.
Sem hipocrisias. Quem não quer se expor, não mantém um blog. É (também) um exercício de ego, bem ou mal explorado. E pensando bem, deixe que digam, que pensem, que falem, como diria Jair Rodrigues. Não tô devendo nada pra niguém.