Rapidamente que eu tenho que fazer naninha.
O domingo foi extremamente agradável, mas eu estava um tantinho melancólico. Não sei se foi o tempo, o bucho cheio, mas foi um tanto “suspirante”. Acho que eu contava com o Sol e a chuva fez eu me sentir um pouco sozinho pela manhã. Acho que passou.
No caminho da casa da Zel, entrei no ônibus e, enquanto pegava o dinheiro na catraca, vi que um cara, provavelmente da minha idade, bonito, olhava pra mim — comentei isso com você, Teca? Acho que esqueci. A hora que eu olhei ele ficou me encarando, mas com uma cara triste. É, triste. Não havia desafio, não havia um desejo declarado, só um olhar profundo e cheio de significado. Sem palavras. Aquilo me deixou sem ação, pois a tristeza naqueles olhos era quase apelativa e me cortou o coração. Fiz a única coisa socialmente possível em um ônibus cheio: fui me sentar onde pude. Mas fiquei pensando naquele rosto e, pode parecer loucura, o que eu queria mesmo era ir até o rapaz e perguntar: “Por quê?” Ele falaria? Provavelmente nao me daria respostas, ou elas não me diriam respeito, ou elas não fariam sentido. Mas pelo menos eu teria tentado.
Desci do ônibus e segui pro meu almoço e só então o Sol chegou nas mãos abençoadas de Zel, Gábis, Ed e, depois, Teca. Talvez, se o Sol já me tivesse iluminado, eu não teria visto aqueles olhos tristes. Talvez estivesse comigo o Sol daquele rosto. Um sorriso. Talvez eu tivesse as palavras que ele precisava e (eu) não sabia. Acho que faz muita falta.