Faz tempo que não passeio a esmo por blogs, tirando o punhado de conhecidos e amigos meus. Calhou que hoje eu cliquei aqui, cliquei ali e fui indo. Calhou ainda de eu cair em um desses blogs de língua mais afiada que, por acaso, tecia um comentário desdenhoso sobre um outro que às vezes leio e no mais das vezes gosto. Discordando, eu, taurino que sou, comecei a dizer no comentário, mui educadamente, que ele estava enganado, que ele tinha enfiado todos os gatos em um único balaio, inverti seu próprio argumento contra ele — pra falar a verdade, adoro quando levantam essa bola pra eu cortar — e parei. E apaguei — é, apaguei.
É que lendo com mais calma eu vi que o blog pouco se prestava a escrever e muito se prestava a criticar. Na verdade até tinha uma ou outra idéia interessante, mas se dava muito mais a apontar o dedo para os defeitos (?) alheios. Daí eu brochei. Veja, o dito era muito rápido em criticar o ego alheio e criar tensão entre este e aquele outro blog enquanto usava isso de palco pra desfilar o próprio ego belicoso.
Deu pra perceber que eu falo aqui do blog como entidade e não do blogueiro? Tem porquê: é que eu não gosto de falar de quem não conheço, acho grosseiro mesmo. Falo do que vejo, e quando ouço dizer, faço-o com ressalvas. Porque, ah, criança, eu não tô aqui de hoje! Sei o que é criar um personagem e, pior, o que é viver esse personagem. Isso aqui é muito pequeno, um pedacinho codificado e colorido da realidade. Não se fie pelo que você lê por aí assim tão rápido, nem se apresse em atear fogo nas palavras alheias. Em outras palavras, cuide primeiro da sua vida que você ganha mais porque, na hora que o monitor desliga, esse seu mundo acabou.
Como bem me disse uma professora — muito boa, por sinal —, a gente compete é com a gente mesmo, e muita gente que critica não sabe fazer o que a gente faz.