Adeus Ano Velho! Feliz Ano Novo!

Daí que acabou. Se for pra tirar uma somatória eu diria que este ano foi intenso. Turbulento, talvez. E o fim do ano, especificamente, foi pra mim — pra amar, pra limpar, pra me livrar de muita tralha aqui dentro. Abri um baita espaço que já começa a ser preenchido, com muita alegria, devo dizer. :)

Em outras palavras, não mandei e-mails, comentários idem (respondê-los, então, nem se fala; um fiasco), não escrevi belos textos pra inspirar as multidões, deixei apenas que o ano lá fora terminasse. E ele terminou, como sempre. É a vida.

Sendo assim, pessoas, a única coisa que eu tenho pra dizer pra vocês é: sejam felizes! Eu tô fazendo a minha parte, aprendendo a ser feliz. E quando eu ficar bem bom nesse assunto quem sabe dou uma aulas. Ou não, talvez não se ensine, apenas se aprenda. Mas a gente sempre pode torcer. ;)

Muito mais do mesmo (eu sou um assombro!)

Namoro é um atraso de vida.

Eu, por exemplo, tenho me atrasado pros últimos ensaios, pro almoço, pra acordar, pra pegar o ônibus, pra comprar presente, pro diabo! Ele, melhor nem comentar. Até pro Natal vou chegar atrasado — quer apostar? Mas com alegria adiantada. ;)

Complô

É só comigo ou vocês também não estão conseguindo ler quase nada daquela bodega do blogger.com.br? Quando eu quero ler, ele boicota. Porra! :P

Mais do mesmo (“Agora agüenta, coração…”)

Quando eu digo que o amor é besta, veja bem, falo sério. Senão, como explicar o hábito adquirido (e permitido, claro) de quando me abraçando apertar os meus pneus e dizer: tá murcho, precisa calibrar! Já pensou se eu tenho TPM?

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Se depender das vezes que disse e ouvi “olha, a gente precisa vir comer aqui” o projeto Orca 2005 vai ser um sucesso! Já a minha conta bancária…

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Agora, soprar a barriga do outro — aquela sonoplastia flatulenta — é demais pra minha cabeça! Não, a minha crise incontrolável de riso é que é o fim da picada. Não, o pinote dele sob cócegas é que é ridículo. Er… vamos mudar de assunto?

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Deus queira que quando houver mau humor, no desencontro, no descompasso, no desconsolo, oxalá, meu pai, que o brilho dos olhos nunca se perca! Que cada cafuné de desculpa tenha sempre o traço surdo da promessa e o abraço mudo da resposta. Que você me ensine sempre a te ensinar o que a gente aprende. Amém!

Pinheirinho, que alergia

Parece filme. Assim, quando o herói apanha, apanha e apanha, daí levanta e bate, bate e bate, e então o vilão dá aquela bambeada, tropeça e cai — ploft! E ficam todos felizes, todos salvos, enfim. Mas é tudo mentira, a trilha sonora denuncia: e o vilão levanta enquanto ninguém está vendo e quase manda tudo pro espaço! Mas os heróis (e os amigos dos heróis, e o cachorro, periquito e peixinho dourado do herói), todos juntos vão lá, quase morrendo, e reduzem o vilão a substrato de poeira cósmica. É sempre assim, não é?

Então, eu que estava feliz e contente, curtindo o sossego advindo ao último concerto, fui convidado (daquele jeitinho convocatório) para mais um round, dessa vez natalino. E vou ter que cantar, ai… Alegria de Natal. Eu odeio! Imaginem pois os sopranos — tinham que ser os sopranos — cantando isso histericamente do meu lado: “PIIIIInheirinhos, que alegria! Tralalalalá, lalá, lalá! SIIIIInos tocam noite e dia! Tralalalalá, lalá, lalá! É o Natal que vem chegando! TralaLAL�?, LA-LA-L�?, LAL�?!!!(…)”. Ô, vontade de matar quem escreveu esse pedaço de açoite do inferno!

É daí que eu tiro que eu posso até ir pro inferno, mas meus ouvidos vão pro céu! Acho que financiei meu pedacinho de paraíso na Caixa Econômica Federal.

Anos incríveis

Fato é que o amor (me) aparvalha. Fico sonso, abestado, distraído, avoado. Ainda bem. Há um quê de adolescente nisso tudo que abraço com prazer. Prazer este que talvez nunca tenha me permitido de fato, ou que nunca teve par — não importa, pois sei que nossa memória emotiva não é fixa e já aprendi a respeitar cada fase em mim que meu processo é lento e persistente; eu vou, mas permaneço em mim.

Então aproveito a maré pra não pensar — e ela me leva até você. Depois de um ano turbulento e cheio de expectativas, uma felicidade quente e aconchegante me acomete à traição. Um pequeno (mas emblemático) triunfo da sensibilidade sobre a minha razão. E sorrio como quem nota a peça que lhe foi pregada; eu me apaixono!

Sabe o que é? Eu queria esticar este fim de ano, fazer valer cada minuto, empatar o placar — como se o jogo já não estivesse por nós ganho com um gol de placa. Mas é 2004 quem perde e fica pra trás, como todo ano. E eu te ofereço um novo, modelo 2005, cheio de sonhos, de desejos, de vontades, de desafios; um ano pleno de mim e de você, de nossas mãos juntas, nossos pés lado a lado. Vem comigo?

Licença poética

Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que passam ligeiras
Prá onde elas vão
Ah! eu não sei, não sei
E o vento que fala nas folhas
Contando as histórias
Que são de ninguém
Mas que são minhas
E de você também
Ah! Guigui
Se soubesses do bem que eu te quero
O mundo seria, Guigui, tudo, Guigui
Lindo Guigui
Ah! Guigui
Se um dia você for embora me leva contigo, Guigui
Fica, Guigui, olha Guigui
E as águas deste rio aonde vão eu não sei
A minha vida inteira esperei, esperei
Por você, Guigui
Que é a coisa mais linda que existe
Você não existe, Guigui
Olha, Guigui
Adivinha, Guigui
Deixa, Guigui
Que eu te adore, Guigui…

Pela estrada afora eu vou bem sozinha…

Noturnos: passear com a Estrelinha pela floresta encantada — é, a gente foi pro Ibirapuera de noite passear pelas árvores cheias de lampadinhas.

E foi então que minha mão lembrou da tua…

Depois da caixinha de surpresas que foi o concerto de ontem — perdoai, Händel! —, só as lampadinhas salvam; elas e Bertinho que cantou lindamente.

Últimos Concertos

O Audi Coelum relembra os 300 anos de morte de Marc-Antoine Charpentier com a primeira audição em São Paulo de três obras relacionadas ao Natal.

As Antiennes ‘O’ de l’Avent foram compostas sobre o texto das antífonas do Magnificat, cantadas nas Vésperas (hora do Ofício Divino) dos últimos 7 dias do Advento, tempo litúrgico que precede o Natal. São chamadas antífonas ‘Ó’, pois a exclamação ‘Ó’ inicia cada uma: Ó Sabedoria, Ó Guia da casa de Israel, Ó Raiz de Jessé, Ó Chave de David, Ó Astro nascente, Ó Sol de justiça, Ó Rei das nações, Ó Emanuel. Seguindo a indicação do compositor no manuscrito autógrafo, entre as antífonas serão tocados os Noëls pour les instruments, transcrições orquestrais feitas sobre canções natalinas populares e folclóricas.

A Messe de Minuit pour Noël (Missa para a meia-noite de Natal) foi composta sobre temas dos mais conhecidos noëls franceses do barroco. É exemplo de um raro momento da história onde a música erudita encontra a música popular, o que confere à obra um caráter singelo e encantador.

16 de dezembro, quinta-feira, 20h
Mosteiro de São Bento
Largo de São Bento s/n – Centro

19 de dezembro, domingo, 20h
Santuário do Sagrado Coração de Jesus
Largo Coração de Jesus 154

+

É isso aí, Missa para a meia-noite de Natal, de Charpentier, de grátis. A última chance de vocês pagarem os seus pecados antes do bom velhinho distribuir seus presentes! Vão arriscar perder?

Rogai por nós!

E foi só depois de 4 anos e graças ao meu querido xará que eu me dei conta de que este blog nasceu no aniversário de Clarice Lispector.

Espero que a padroeira perdoe as bobagens que eu por ora escrevo.

Lonely

Eu estou com saudade. Ponto.
E em crise de abstinência.
E fazendo charme — posso?

Volta logo, vai?

Há exatos 4 anos eu, dois pontos

+ via minha primeira sobrinha em seus poucos meses de idade (e babava).
+ começava oficialmente o curso de canto a mandava ver no de regência.
+ jurava de pé junto que era barítono — eu tentei, juro que tentei!
+ nem sonhava que dois futuros amados amigos faziam aniversário.
+ era um adolescente brincando de adulto.
+ me achava feio — é, feio, sem graça, sem jeito mandou lembrança!
+ já era um poço de autocrítica; sempre fui, aliás — ok, tô melhorando.
+ começava a escrever este blog, muito mal e parcamente, que fique claro.

As pessoas evoluem.
Ou não, diria Caetano.
Direto do túnel do tempo.

Amar é…

Sair num fim de tarde chuvoso em direção ao centro, só pra vê-lo cantar.

Não basta ser namorado, tem que participar!
Ou, o amor é lindo, mas molha um pouco.

Memory

Touch me
It’s so easy to leave me
All alone with the memory
Of my days in the sun
If you touch me
You’ll understand what happiness is
Look, a new day has begun

É difícil falar de ti enquanto estás ainda aqui comigo, no cheiro do meu corpo, na volta do pescoço e da lembrança, enquanto ainda falo pela tua boca. É como se dizer fosse algo tão poderoso e bruto que ameaçasse a delicadeza do primeiro encanto. Ainda assim, tu permaneces no choro a quatro mãos, no abraço do sofá, na música que me fez chorar — o que é tão difícil!

E de chorar derrubo barreiras em mim tão arraigadas. Por vezes tive de perder meu chão para poder seguir; pequenos pedaços de certeza artificial e temerária. Como doeram aquelas falsas seguranças! Aprendi — ainda aprendo — a abraçar o vazio, a abrir espaço, a livrar de mim o que era roto e desgastado. Hoje sinto o chão como um solo de terra fresca, molhada de chuva e cheia de pequenos botões de flor-que-pode-ser. Sei que não és tu o meu solo. Tu és chuva e és sol que vêm benzer e fustigar meu corpo. Vem! Vem arar meu colo. Vem semear beijos. Vem plantar sonhos. Vem ficar comigo. Vem me amar. E quando cansares da lida, deixa que eu cante para que durmam tuas estrelas azuis.

Falo então de felicidade viva e construída, da minha vontade de erigir arranha-céus. Não: almeja-céus, alcança-céus, abraça-céus. Falo de sorrisos que não falam e dizem tudo. Falo de lutas onde ganhamos na vontade louca de nos perdermos. E acabo falando demais. Mas falo de ti, para ti e só contigo, amor, falo baixinho para que o susto de acordar não afaste o sonho de nossas memórias febris.